O aniversário de Salvador, celebrado no último domingo (30) com o Festival Viva Salvador, trouxe música, festa e uma polêmica que está dando o que falar. A Prefeitura de Salvador, sob comando do prefeito Bruno Reis, desembolsou R$ 210 mil para um show de apenas 15 minutos da cantora Pabllo Vittar, um valor que coloca a gestão municipal no centro de um debate acalorado sobre o uso do dinheiro público. Enquanto a população curtia as apresentações, os números dos cachês pagos aos artistas revelam uma disparidade que não passou despercebida.
Um Show Curto, Um Cachê Gigante
Pabllo Vittar foi a grande estrela do evento – pelo menos no que diz respeito ao pagamento. Por sua performance de um quarto de hora, a prefeitura destinou R$ 210 mil, o equivalente a cerca de R$ 14 mil por minuto. Para efeito de comparação, a banda Àtoxxá, que animou a Praça Municipal por duas horas, recebeu R$ 118 mil – um valor considerável, mas bem inferior ao de Vittar, mesmo com uma apresentação oito vezes mais longa. A lista de cachês dos outros artistas reforça o contraste:
- Banda Mudei de Nome: R$ 120 mil
- Larissa Luz: R$ 87 mil
- Márcia Short: R$ 80 mil
- Will Carvalho e Cátia Guimma: R$ 60 mil
- Russo Passapusso: R$ 53,5 mil
- Elaine Fernandes: R$ 50 mil
- Gil Alves: R$ 45 mil
- Rachel Reis e Cortejo Afro: R$ 30 mil
- Sued Nunes: R$ 15 mil
Os valores, divulgados após o evento, mostram que Pabllo Vittar não apenas liderou o ranking de pagamentos, mas também recebeu mais que o dobro de alguns artistas que dividiram o palco no festival.
A notícia caiu como uma bomba nas redes sociais, onde moradores de Salvador e internautas não pouparam críticas. “Mais de R$ 200 mil por 15 minutos? Isso é um tapa na cara de quem paga imposto”, escreveu um usuário no Twitter. Outro questionou: “Cadê a explicação pra esse cachê astronômico?”. A falta de detalhes sobre como os valores foram definidos só aumentou a desconfiança. A prefeitura contratou os artistas diretamente ou houve algum processo de seleção? Até agora, o silêncio da gestão de Bruno Reis deixa essas perguntas sem resposta.
O Festival Viva Salvador foi planejado para marcar os 476 anos da cidade com alegria e cultura, mas o custo da celebração está ofuscando o brilho do evento. Em uma capital onde desafios como transporte público e infraestrutura ainda pesam no dia a dia da população, o pagamento de R$ 210 mil por uma apresentação relâmpago soa como extravagância para muitos. “Apoiar a cultura é importante, mas precisa ter limite”, disse uma moradora do bairro da Liberdade em entrevista informal.
O Outro Lado da Moeda
Por outro lado, defensores do investimento argumentam que artistas como Pabllo Vittar atraem visibilidade e turismo, justificando o cachê elevado. Ainda assim, a diferença gritante entre os valores pagos levanta a questão: o que define o preço de um show em Salvador? Sem uma justificativa oficial, o debate segue aberto, e a gestão municipal fica sob pressão para esclarecer os critérios por trás da decisão. O show de 15 minutos de Pabllo Vittar pode ter sido um sucesso no palco, mas fora dele está gerando um eco bem mais duradouro – e não exatamente harmonioso. Enquanto a prefeitura não se manifesta, o caso expõe uma ferida recorrente na política brasileira: a dificuldade de equilibrar gastos públicos com as expectativas da população. Para os soteropolitanos, resta a dúvida: valeu a pena pagar mais de R$ 200 mil por um momento de festa? A resposta, por enquanto, está tão distante quanto uma nota oficial da gestão de Bruno Reis.
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