Interlocutores dizem que Lula já percebe que o regime de Maduro está se tornando cada vez mais autoritário.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou preocupação com a recente ordem de prisão emitida pela Justiça venezuelana contra Edmundo González Urrutia, opositor de Nicolás Maduro nas eleições de julho. Lula comentou em conversas reservadas que a Venezuela está se distanciando da comunidade internacional, evidenciando um aprofundamento da escalada autoritária no país vizinho. Segundo interlocutores, embora Lula ainda não rotule Maduro como ditador, ele já percebe que o regime de Maduro está se tornando cada vez mais autoritário.
No último dia 2, a Justiça da Venezuela aceitou o pedido da Procuradoria-Geral para prender González por desacato e outros crimes, após o opositor não comparecer a depoimentos relacionados a alegações de fraude eleitoral. O MP venezuelano acusa González de diversos delitos, incluindo fraude de documentos e instigação à desobediência das leis, por manter um site com atas eleitorais que supostamente demonstrariam a vitória da oposição.
Desde a eleição de 28 de julho, o Brasil, a Colômbia e o México têm tentado, sem sucesso, intermediar um diálogo entre a oposição e o chavismo. Lula endureceu suas críticas a Maduro, afirmando que ele deve arcar com as consequências de seus atos e declarando que não reconhecerá a vitória de Maduro, nem de González, até que as atas de votação sejam divulgadas. O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou Maduro vencedor e proibiu a divulgação das atas, o que gerou um impasse.
Apesar dos esforços de Lula e seus aliados para manter um canal de diálogo com Caracas, o Itamaraty considera que há cada vez menos espaço para concessões diante do fortalecimento do regime autoritário. Divergências internas no governo surgem quanto à abordagem a ser adotada. Enquanto alguns assessores defendem a preservação de “pontes” para o diálogo, o Itamaraty vê a situação de maneira mais crítica.
Com a crescente polarização, o Brasil continua pressionando por transparência nas eleições venezuelanas e exige a divulgação das atas eleitorais. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se reunirá com Lula nesta terça-feira (3) para discutir a crise em curso, enquanto o governo enfrenta desafios na formulação de uma estratégia efetiva para lidar com o regime de Maduro.
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