No “Domingão”, apresentador critica ação comandada por Cláudio Castro, defende integração entre esferas de governo e políticas que reduzam a letalidade.

O apresentador Luciano Huck usou os minutos finais do “Domingão com Huck”, na TV Globo, neste domingo (2), para criticar a operação policial comandada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, nos complexos do Alemão e da Penha na última semana — a ação mais letal da história do país.

“Eu não posso encerrar o programa e não falar do que aconteceu”, disse Huck, ressaltando viver no Rio há 25 anos e lamentando a repetição de um modelo de segurança pública que, segundo ele, não apresenta resultados. Ao lembrar das vítimas, afirmou que “por trás do número há mães que enterraram seus filhos”, e citou “120 mortos” na fala ao vivo.

Na sequência, o apresentador defendeu maior integração entre União, estados e municípios, mais inteligência e menor letalidade nas ações contra o narcotráfico, em linha com o discurso do governo Lula. Huck também criticou a ausência do Estado nas comunidades e disse ser necessário asfixiar financeiramente o crime organizado e valorizar a polícia, mas, sobretudo, gerar oportunidades, oferecer boas referências e abrir caminhos para crianças e jovens das áreas afetadas.

Para Huck, a violência urbana é a “maior dor do Brasil” e quem lucra de fato com a criminalidade não está nas favelas. O vídeo do desabafo viralizou nas redes e vem sendo compartilhado por parlamentares de esquerda críticos ao governo estadual.