terça-feira, 18 de março de 2025
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Garimpeiros fazem escavações subterrâneas para escapar de fiscalizações no Amazonas

Garimpeiros
Foto reprodução

“Explosões são debaixo da terra”, foi dessa forma que a Polícia Federal descreveu a destruição de um garimpo subterrâneo em Maués, no interior do Amazonas, onde, eram retirados cerca de oito quilos de ouro por semana. A operação, realizada na última semana, revelou túneis profundos e precários, acessíveis apenas por helicóptero. No local, os agentes encontraram ainda 50 trabalhadores em condições análogas à escravidão.

Na última semana, a PF localizou quatro pequenos garimpos subterrâneos interligados que dão acesso a um garimpo principal. Um deles tinha 70 metros de profundidade.

“Lá embaixo, os agentes da PF descobriram diversas galerias que formam corredores subterrâneos, cada um deles levando a pontos de extração de ouro”, contou a polícia.

As estruturas dos garimpos são precárias, com paredes e teto de madeira, colocando em risco a segurança dos trabalhadores. Para acessar os túneis, os agentes precisaram de cordas amarradas a um guindaste improvisado. O explosivista da PF, André Toledo, alertou para os perigos da operação.

“Aqui dá pra ver bem como é perigoso e como ela vai cedendo com o tempo. Perigo de colapso é um perigo… o teto cede e pode matar quem está aqui dentro”, ressaltou. Para destruir o garimpo, a Polícia Federal utilizou explosivos.

Além disso, André Toledo destacou que o ar nos túneis é extremamente contaminado, o que obriga os garimpeiros a usarem um sistema de ventilação improvisado. “Eles trazem esse cano que é a linha da vida. Esse cano tem um motor lá fora que bombeia o ar até esse ponto que eles estão”, disse.

A polícia também detalhou o processo de extração do minério nos garimpos. As investigações revelaram que os garimpeiros retiravam a terra e a colocavam em bacias, que eram então transportadas para fora dos túneis. Ao ar livre, a terra era triturada e misturada com cianeto, um veneno mais tóxico que o mercúrio, para separar o ouro.

Segundo a Polícia Federal, no garimpo destruído eram retirados, em média, oito quilos de ouro por semana, o equivalente a 3,2 milhões de reais. Durante a operação, também foram encontrados 50 homens trabalhando em condições análogas à escravidão.

Desde o ano passado, cinco desses garimpos foram localizados e destruídos na região de Maués. A estratégia dos criminosos é escapar da fiscalização feita por satélites que identificam essas atividades ilegais na floresta.


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