quarta-feira, 9 de outubro de 2024
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Brasileira que se recupera de botulismo tem dívida milionária com hospital dos EUA

Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo Pessoal
Foto: Reprodução/Instagram/Arquivo Pessoal

Cláudia Albuquerque fazia intercâmbio em Aspen, no Colorado, quando consumiu uma sopa industrializada infectada

A comerciária Cláudia de Albuquerque Celada, de 24 anos, chegou aos Estados Unidos (EUA) em dezembro de 2023 para um intercâmbio de quatro meses, em Aspen, no Colorado. Ela planejava retornar a São Caetano do Sul (SP) em abril, mas seus planos foram interrompidos em fevereiro, depois de consumir uma sopa industrializada.

O problema levou a irmã dela, Luísa Albuquerque, a pegar um avião e ir aos EUA. O diagnóstico veio 15 dias depois da internação: botulismo — uma doença rara causada por infecção de bactéria.

“Senti muito cansaço, tontura, visão turva. Dormi o dia inteiro”, contou Cláudia ao UOL. “Comecei a sentir falta de ar pela madrugada e liguei para brasileiras que conheci em Aspen”.

Viagem emergencial e internação nos EUA

Cláudia só percebeu a gravidade de seu estado ao ser entubada e transferida de helicóptero para o Swedish Medical Center, em Denver, ainda antes do diagnóstico. Com o corpo paralisado, ela permaneceu consciente.

“Sempre estive consciente, somente o corpo não respondia aos comandos”, revelou. “Não via a hora de aquilo passar. Acompanhava tudo ao redor, mas não conseguia me comunicar.”

A internação gerou uma dívida milionária, e a família organizou uma vaquinha para cobrir os custos da UTI aérea e a internação no exterior.

Dívidas hospitalares e retorno ao Brasil

A ambulância aérea com o suporte necessário para o transporte de Claudia de Albuquerque sai por US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão) | Foto: Reprodução/Redes sociais
Só a ambulância aérea com o suporte necessário para o transporte de Claudia de Albuquerque custou US$ 200 mil (mais de R$ 1 milhão) | Foto: Reprodução/Redes sociais

Embora Cláudia tivesse um seguro saúde, que cobriu cerca de US$ 100 mil, a assistente social do hospital informou que o valor já tinha sido gasto. Pouco antes de voltar ao Brasil, a secretária de saúde de Aspen informou que Cláudia estava inscrita em um programa de ajuda do governo dos EUA, que cobriria parte da internação. A dívida total do hospital americano chega a US$ 2 milhões (mais de R$ 10 milhões).

“Montamos um quadro com uma contagem regressiva dos dias que faltavam para embarcarmos de volta ao Brasil”

Cláudia retornou ao Brasil em 4 de maio, e o Hospital São Luiz São Caetano do Sul foi o responsável por sua internação. A expectativa de rever familiares e amigos era grande, mas seu quadro ainda era grave.

Ela necessitou de respirador artificial e alimentação por sonda. “Não conseguia segurar um celular”, contou. “Já mexia os dedos e pulsos, mas sem força nenhuma.”

Esforço multidisciplinar para recuperação

Foi necessário um esforço multidisciplinar para sua recuperação, que envolveu médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos. Cláudia teve alta em 8 de julho, com auxílio de home care (atendimento em casa), mas retornou ao hospital dez dias depois devido a um inchaço nas glândulas do pescoço. Sua alta definitiva ocorreu em 1º de agosto. “Desta vez já saí sem a traqueostomia e sem a sonda”, disse Cláudia.

Ela continua fazendo fisioterapia para fortalecer a musculatura e aumentar sua independência. “Retomar a rotina ainda é impossível devido à locomoção, mas já saí com amigos de cadeira de rodas.”

*Com informações revistaoeste


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