O indiciamento faz parte de uma ampla investigação que também analisa eventos como a invasão dos Três Poderes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu, pela primeira vez, que a derrubada do então presidente João Goulart em 1964 foi um golpe de Estado. A nesta quinta-feira (28), marca uma mudança no discurso do ex-mandatário, que antes se referia ao episódio como uma “revolução” ou “ato institucional”.
Em entrevista, Bolsonaro explicou: “O golpe de Estado não é o que o ‘presidente’ quer. Ele tem que se articular com as Forças Armadas, com políticos, de classe empresarial, como fizeram em 1964. Ter recurso, tropa nas ruas.”
A fala vem à tona em um momento delicado para o ex-presidente, que enfrenta investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, nas quais foi derrotada por Luiz Inácio Lula da Silva ( PT).
Indicações e contexto
No último dia 21 de novembro, Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciados pela PF sob suspeitas de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe e organização criminosa. Entre os investigados estão ex-ministros de seu governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI), e Walter Braga Netto (Defesa), além de aliados como o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o ex-assessor presidente Marcelo Câmara.
O indiciamento faz parte de uma ampla investigação que também analisa eventos como a invasão dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, por apoiadores radicais de Bolsonaro.
Mudança de tom
A admissão de que 1964 foi um golpe contrastante com a narrativa histórica defendida por Bolsonaro e seus apoiadores, que costumavam tratar o período como um movimento necessário para conter o avanço comunista no país. A declaração pode ser vista como uma tentativa de reformular seu discurso em meio ao crescente cerco judicial e às acusações que enfrentam.
Enquanto isso, o desdobramento das investigações promete manter Bolsonaro e seus aliados no centro das atenções políticas e jurídicas nos próximos meses.
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