Espécime da maior tartaruga de água doce já registrada foi encontrado em terra indígena na fronteira com o Peru
Pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) e de instituições de São Paulo encontraram, no município Assis Brasil, o fóssil de uma tartaruga gigante que viveu na Amazônia há cerca de 13 milhões de anos.
O fóssil foi localizado na região conhecida como Boca dos Patos, dentro da Terra Indígena Cabeceira do Rio Acre, uma área de difícil acesso na fronteira com o Peru.
Segundo o professor e paleontólogo Carlos D’Apolito Júnior, da Ufac, o material está “muito bem preservado” e representa um marco para a paleontologia no estado.
“Nunca foi visto um fóssil assim tão grande e bem preservado por aqui”, afirmou o pesquisador.
Maior tartaruga de água doce da história
A Stupendemys geographicus é considerada a maior tartaruga de água doce que já existiu. Registros científicos indicam que o animal podia ultrapassar os três metros de comprimento e pesar centenas de quilos.
Apesar disso, o exemplar encontrado ainda não foi totalmente medido nem pesado — uma tarefa que será feita após o transporte do material.

Fóssil será analisado no Laboratório de Paleontologia
O transporte do fóssil até a capital Rio Branco tem sido um dos principais obstáculos enfrentados pela equipe. Por conta do tamanho e peso da peça, os pesquisadores aguardam o envio de um caminhão da Ufac para remover o material do acampamento montado na área de escavação.
O fóssil será levado ao Laboratório de Paleontologia da Ufac, onde passará por análises detalhadas. A expectativa é que os estudos ajudem a ampliar o conhecimento sobre a fauna pré-histórica da Amazônia e sobre as condições ambientais da região no período Mioceno.

Projeto de mapeamento fossilífero
A descoberta faz parte do projeto “Novas fronteiras no registro fossilífero da Amazônia Sul-ocidental”, financiado pelo CNPq, Fapac e Fapesp.
A iniciativa reúne pesquisadores da Ufac, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com o objetivo de mapear fósseis em regiões remotas da floresta.
Até hoje, apenas uma carapaça completa da espécie havia sido encontrada, na Venezuela. A nova descoberta coloca o Brasil em evidência no cenário da paleontologia sul-americana e reforça o potencial científico da região amazônica.
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