Empresa construia o prédio da fábrica de carros elétricos no Brasil
Após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão, a filial brasileira da montadora BYD anunciou, na noite de segunda-feira 23, que rescindiu o contrato da empresa terceirizada responsável pela obra, a Jinjiang Construction Brazil Ltda.
O local em questão fica em Camaçari, na Bahia, onde está em construção a maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia. As obras foram suspensas em parte do canteiro por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia.
Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que levaram à identificação de “163 trabalhadores em condições análogas à de escravidão na empresa terceirizada Jinjiang, uma prestadora de serviços para a BYD”.
No comunicado, o MPT denunciou “um quadro alarmante de precariedade e degradância” para os trabalhadores. Em um dos alojamentos, os trabalhadores “dormiam em camas sem colchões e não possuíam armários para guardar seus pertences pessoais, que ficavam misturados com materiais de alimentação”, acrescentou.
O MPT reportou que a “situação sanitária era especialmente crítica, com apenas um banheiro para cada 31 trabalhadores, forçando-os a acordar às 4h para formar fila e conseguir se preparar para sair ao trabalho às 5h30”.
Durante a obra, os “trabalhadores estavam expostos a intensa radiação solar, apresentando sinais visíveis de danos à pele”.
Segundo o MPT, uma audiência foi marcada “para que a BYD e a Jinjang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e também para que sejam negociadas as condições para a regularização geral do que já foi detectado”.
A BYD Auto do Brasil disse que “não tolera o desrespeito (…) à dignidade humana” e disse que transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região.
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou nesta quarta-feira (25) que sua embaixada e consulados no Brasil “estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada”.
“O governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, e pede às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim.
(Com informações da AFP).
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