Salários dos parlamentares foram de R$ 6,6 mil para R$ 11,8 mil e do presidente da Câmara de Avaré, cabo Samuel Paes, de R$ 7,6 mil para R$ 13,6 mil.
A sessão extraordinária da Câmara Municipal de Avaré (SP) que aprovou um reajuste de quase 80% nos salários dos vereadores terminou em confusão na noite desta segunda-feira (1º). Um morador foi imobilizado e retirado à força do plenário após protestar contra o projeto. A cena, registrada em vídeo, circulou nas redes sociais e gerou forte repercussão na cidade.
O projeto aprovado elevou o salário dos vereadores de R$ 6,6 mil para R$ 11,8 mil e o do presidente da Casa de R$ 7,6 mil para R$ 13,6 mil, além da inclusão de décimo terceiro salário e férias remuneradas com adicional de um terço. As mudanças passarão a valer a partir da próxima legislatura, entre 1º de janeiro de 2029 e 31 de dezembro de 2032.
A proposta, de autoria da Mesa Diretora, foi aprovada em discussão única. Oito vereadores votaram a favor e quatro contra.
Votaram a favor:
- Ana Paula Tibúrcio de Godoy (Republicanos)
- Everton Eduardo Machado (PL)
- Francisco Barreto de Monte Neto (PT)
- Hidalgo André de Freitas (PSD)
- Jairo Alves de Azevedo (Republicanos)
- Leonardo Pires Ripoli (Podemos)
- Moacir Lima (PSD)
- Pedro Fusco (PL)
Votaram contra:
- Adalgisa Lopes Ward (Podemos)
- Luiz Cláudio da Costa (Podemos)
- Magno Greguer (Republicanos)
- Maria Isabel Dadário (Podemos)
Confusão e retirada à força
A confusão começou quando o presidente da Câmara, vereador Cabo Samuel Paes, pediu que um morador se manifestasse de forma pacífica. Como o pedido não foi atendido, ele determinou que o homem fosse retirado do plenário. No momento da retirada, outras pessoas se aproximaram e iniciou-se um tumulto, que envolveu empurrões e gritos.
O morador foi imobilizado e carregado para fora do plenário por quatro pessoas, entre elas o próprio presidente da Câmara. A Polícia Militar foi acionada e registrou a ocorrência.
Segundo o boletim de ocorrência, o munícipe informou que não concordava com o aumento dos salários e protestou verbalmente. Ele afirmou à polícia ter sido agredido, relatando arranhões no rosto e nos braços. Já um funcionário da Câmara relatou que o homem interrompeu a sessão diversas vezes, desobedeceu às advertências e reagiu de forma agressiva quando solicitado a sair.
Posicionamento da Câmara e do morador
Em nota, a Câmara Municipal afirmou que as câmeras de segurança registraram todo o episódio e que “não houve qualquer agressão por parte do presidente ou servidores”, apenas “imobilização legítima diante da resistência e agressividade do munícipe”. A Casa informou ainda que entregou as imagens às autoridades e reforçou que não tolerará atitudes que comprometam a ordem e o decoro das sessões.
Nas redes sociais, o presidente Cabo Samuel classificou o momento como “triste” e disse que a retirada foi necessária para manter a segurança.
“Ele já tinha sido advertido para que fizesse suas manifestações de forma pacífica. Tem que ter ordem e decência. Como sou policial, nós imobilizamos o indivíduo e o retiramos do plenário”, afirmou.
O morador, também pelas redes sociais, admitiu que “perdeu a razão” e se exaltou após se revoltar com o reajuste salarial, principalmente em meio à crise econômica que atinge a cidade. Ele negou ter agredido os servidores intencionalmente.
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