O episódio causou revolta imediata na comunidade e ganhou repercussão nas redes sociais.

Moradores da comunidade de Sucunduri, no município de Apuí, sul do Amazonas, foram surpreendidos por uma operação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), realizada na manhã da última quinta-feira (12). A ação, voltada ao combate de crimes ambientais, chocou a população local por sua severidade: estruturas como currais, cercas e residências foram destruídas, deixando famílias e trabalhadores sem fonte de renda.

O episódio causou revolta imediata na comunidade e ganhou repercussão nas redes sociais. Vídeos registrados por moradores mostram destruição de casas de madeira, áreas de produção sendo arrasadas e famílias observando, impotentes, a destruição de bens que levaram anos para construir. A justificativa do órgão ambiental seria a falta de licenciamento ambiental nas propriedades.

Para os habitantes da região, a ação representa mais do que fiscalização — trata-se de uma agressão direta ao modo de vida de centenas de pessoas que vivem da agricultura familiar e da criação de animais.

A operação gerou indignação também entre defensores dos direitos humanos e especialistas em políticas públicas para o campo. Muitos apontam que o papel do Estado, em especial de órgãos federais como o Ibama, deve ser pautado pelo diálogo, orientação técnica e suporte à regularização ambiental, e não pela simples imposição de força.

A operação foi criticada por alguns políticos locais como o deputado federal Alberto Neto. “Ser do agro no Amazonas é um desafio diário e ao invés de apoio, o que recebem é perseguição e humilhação”, disse. O vereador de Manaus Capitão Carpê também disparou: “O governo deveria orientar, guiar as pessoas para se regularizarem, não destruir e humilhar. Cadê a humanidade?! Como essas pessoas vão se sustentar a partir de agora?!”.