terça-feira, 17 de dezembro de 2024
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“Seita da Cetamina”: mãe, irmão de Djidja e funcionários são condenados a mais de 10 anos de prisão

Seita
SFoto reprodução

A 3ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas da Comarca de Manaus proferiu, na última sexta-feira, *13 de dezembro de 2024*, a sentença condenatória contra dez acusados no caso que ficou conhecido como a “Seita da Cetamina”. Entre os condenados estão membros da família de Dijdja Cardoso, que morreu de overdose, e funcionários próximos que faziam parte de um esquema envolvendo o uso e a distribuição da substância de uso controlado.

A investigação conduzida pelo Ministério Público do Amazonas revelou um cenário de consumo e tráfico de cetamina, um anestésico veterinário que ganhou notoriedade em círculos de uso recreativo. A droga, amplamente apreendida durante as diligências, era distribuída em um contexto descrito como “espiritual” pelos acusados. A seita, identificada como *”Pai, Mãe, Vida”*, utilizava a substância em supostas sessões de meditação, mas também em eventos privados e no salão de beleza Bella Femme, vinculado ao grupo.

Testemunhas relataram abusos físicos e psicológicos, além da indução forçada ao uso da cetamina. O depoimento de Gabrielle, uma das vítimas, foi crucial para comprovar que os envolvidos utilizavam o entorpecente de forma descontrolada, causando dependência e colapsos físicos em participantes da seita.

O juiz Celso Souza de Paula, responsável pela decisão, destacou a gravidade dos crimes ao condenar os acusados a **10 anos, 11 meses e 8 dias de reclusão em regime fechado, além do pagamento de 1.493 dias-multa, com base no artigo 33 (tráfico de drogas)* e no artigo 35 (associação criminosa)* da Lei nº 11.343/2006.

A sentença determinou ainda o lançamento dos nomes dos condenados no *rol dos culpados* e a comunicação ao *Tribunal Regional Eleitoral* para a suspensão dos direitos políticos.

Os condenados

Entre os principais condenados estão:
•⁠ ⁠Cleusimar Cardoso, líder espiritual da seita e apontada como a “cabeça” do esquema;
•⁠ ⁠Ademar Farias Cardoso Neto, acusado de distribuir a droga e de envolvimento em abusos;
•⁠ ⁠Verônica Seixas* e Marlisson Dantas, funcionários que, segundo a sentença, facilitavam o uso da cetamina dentro do salão Bella Femme;
•⁠ ⁠Claudiele Santos, acusada de participação direta na distribuição do entorpecente.

Impacto da decisão

O magistrado reforçou, em sua sentença, que a prática dos acusados “coloca em risco a saúde pública e se distancia do argumento de uso pessoal”. A materialidade do crime foi comprovada por laudos periciais, apreensão de drogas e depoimentos de testemunhas. A investigação mostrou, ainda, que a droga era adquirida de forma ilícita em clínicas veterinárias e utilizada como ferramenta de manipulação em rituais espirituais.

O caso chocou a sociedade manauara ao expor uma rede que envolvia o uso abusivo de cetamina em um contexto de suposta elevação espiritual. A morte de Dijdja Cardoso, apontada como uma das consequências desse esquema, trouxe à tona a gravidade do consumo descontrolado da droga, que se tornou um alerta para a vigilância sanitária e autoridades policiais no estado.


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