O lançamento do Drex, a moeda digital do Banco Central do Brasil, tem gerado uma onda de debates acalorados sobre o futuro do papel-moeda e os potenciais impactos da digitalização total do dinheiro. Entre as vozes críticas, a deputada Julia Zanatta (PL-SC) apresentou o Projeto de Lei 3341/2024, que visa proibir a extinção do dinheiro em espécie no Brasil. Ela argumenta que o fim do papel-moeda prejudicaria não apenas a parcela da população com pouca ou nenhuma inclusão bancária, mas também representaria um risco à privacidade e à liberdade dos cidadãos.

De acordo com Zanatta, embora a moeda digital traga benefícios tecnológicos e conveniência para parte da população, ela levanta preocupações sobre o impacto que o Drex poderia ter nas camadas mais vulneráveis da sociedade. Para muitos brasileiros, principalmente em áreas remotas e entre idosos, o dinheiro físico ainda é a principal forma de pagamento, devido a dificuldades no acesso à tecnologia e à falta de familiaridade com aplicativos e contas digitais.

Outro ponto central das críticas da deputada é o potencial de controle financeiro que o Drex traria para o governo e as instituições financeiras. A natureza rastreável da moeda digital permitiria às autoridades monitorar cada transação em tempo real, o que, para Zanatta, poderia representar uma ameaça ao direito à privacidade. Ela teme que, em situações extremas, esse monitoramento possa até resultar no bloqueio de contas ou no confisco de recursos de indivíduos por meio de decisão judicial, o que comprometeria a autonomia financeira.

Além disso, a deputada destaca que, ao concentrar o dinheiro na forma digital, o Drex poderia abrir portas para tentativas de controle político sobre os cidadãos, possibilitando que indivíduos ou grupos fossem alvo de bloqueios financeiros, baseados em alegações judiciais ou políticas.

O projeto de Zanatta foi recebido com apoio de uma parte da população, especialmente de grupos que manifestam receio com o avanço das tecnologias de controle e vigilância. “A liberdade está em risco, e é agora que precisamos agir juntos”, defende a deputada, ecoando a preocupação de brasileiros que temem a vulnerabilidade ao uso exclusivo da moeda digital.