sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Vendedora acusa advogada e influencer de comprar roupas de marca e não pagar integralmente

Advogada e diretora jurídica de conceituada empresa alega que os fatos não são fidedignos

A confiança entre vendedor e cliente é algo que dita as condições de uma negociação de boa-fé. Quando esta é quebrada aparecem diversas brechas, normalmente, exploradas por quem deve e não deseja pagar. Este teria sido o caso envolvendo a vendedora Mileny Moreira do showroom de conceituada marca nacional em Salvador e a advogada e influencer, Monaliza Soares Araújo, de Aracaju, que adquiriu peças de coleção com valores abaixo dos negociados diretamente nas lojas, o que seria do seu pleno conhecimento, de acordo com conversa entre as partes, e que ainda assim não quitou integralmente os valores.

O prejuízo, segundo a vendedora, chegou a R$ 37 mil e as conversas foram encerradas de forma unilateral pela advogada, diretora jurídica de empresa e filha de uma influente família da capital sergipana. As compras totalizaram, ainda conforme Mileny, o valor de R$ 66 mil, sendo que toda a negociação está registrada em conversas de Whatsapp, as quais a reportagem teve acesso, inclusive com o reconhecimento de débito e tentativas de pagamento.

Em agosto do ano passado, Mileny e Monaliza iniciaram a relação comercial. Fotos eram compartilhadas, peças escolhidas e enviadas. Entre as duas, uma amiga em comum fez a aproximação e afiançou a correção e idoneidade da compradora, de modo que em 17 dias foram realizadas três vendas. A primeira entrega foi em Praia do Forte, a segunda no Salvador Shopping e terceira uma pessoa levou até Aracaju, tudo recebido por Monaliza.

“A todo momento durante a transação fui perguntando a forma de pagamento e então ela dizia que ia passar uma parte no cartão e outra em pix. Ela mandava foto do dinheiro e dia que faria o depósito. Dizia que viria a Salvador para passar o cartão, eu subia e descia para pegar a maquineta e ela, quando chegava, não passava o cartão”, afirma Mileny.

Nas conversas trocadas é possível perceber que há um clima amistoso de ambas as partes e que, quando cobrada, Monaliza afirma ser uma pessoa “direita” e que honra seus compromissos e dívidas. Até então a transação é feita de forma harmoniosa com compromissos assumidos para o pagamento das roupas de marca. A advogada e influencer reconhece os débitos e reafirma que vai arcar com o que diz dever.

Após meses de negociações, a advogada paga uma parte da dívida e faz um acordo para parcelar o restante dos débitos. Acordo este não cumprido de forma de integral, segundo Mileny, o que fez a vendedora insistir nas cobranças, procurando, inclusive, a mãe da compradora, até porque tem passado privações e constrangimentos, inclusive em razão de possuir dois filhos menores.

Procurada pela reportagem, Monaliza informou que o jurídico daria o posicionamento a reportagem. “Já passei ao meu jurídico Dr. Vitor irá entrar em contato ainda hoje. Apenas alerto ao senhor que fique atento a realidade dos fatos, até porque com a sua mensagem já tenho prova do que está sendo dito por essa senhora. Inclusive, responsabilidade essa que o senhor assumirá se vier a publicar qualquer notícia mentirosa”, deixando transparecer uma tentativa de “intimidação” ou cerceamento a liberdade de imprensa caso a reportagem fosse veiculada, inobstante tenha lhe sido facultado o contraditório com os esclarecimentos necessários e a sua versão sobre os fatos.

No mesmo dia, Vitor Guimarães, se apresentando como advogado de Monaliza, enviou uma resposta em áudio para a reportagem alegando que tudo referente ao caso está registrado nas conversas de whatsapp e que já estão adotando as medidas judiciais cabíveis. O advogado nega que a transação tenha sido feita da forma alegada pela vendedora Mileny e diz que “no momento o que a gente tem para informar é que a gente não vai entregar nada referente a este caso, até por uma questão de estratégia jurídica”.

Ainda no início de janeiro, quando da última tentativa de receber os valores, Mileny tentou falar com a advogada.

“Monaliza. Bom dia. Preciso resolver com você nossa situação!”. A ela foi respondido. “Oi Milene. Já resolvi”.

Depois de questionar como teria resolvido, veio outra resposta de Monaliza. “Milene, não sei nem porque você está me enviando mensagem, se você estava indo atrás de minha mãe, de meu pai… outra coisa, só faço o próximo pagamento quando for apresentado as notas fiscais de todo o valor que já foi pago”, mesmo ciente que as peças eram abaixo do valor de mercado e de showroom, e que eventual nota fiscal só poderia ser apresentada com o pagamento do valor integral, mesmo que por cartão de crédito ou outro meio de pagamento.

Monaliza bloqueou a vendedora Mileny, que informou não ter procurado o pai da advogada, conceituado empresário sergipano. Relata que está sendo cobrada pelo valor devido e está impedida de desenvolver as vendas da marca, com repercussão na sua renda, além de não ter o valor para honrar a loja de grife. Revela que há 11 anos trabalha no segmento e que nunca passou por isso. “A própria Monaliza pediu para uma fazer um ‘terminho’ com o reconhecimento da dívida no momento da compra, e eu na inocência, ainda acreditando no ser humano, disse que não precisava”.

De fato, há durante toda a conversa menção à dívida e reconhecimento desta. O conflito entre as partes deixou um prejuízo e este permanece em aberto desde agosto de 2022.

Com informações bnews


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