Nos últimos dias, a Xiaomi realizou um layoff (demissão em massa) no seu quadro de funcionários. De acordo com o comunicado da empresa, a demissão em massa representa menos de 10% da força de trabalho. Até setembro, a Xiaomi contava com 35.314 funcionários no mundo todo, dos quais 32.609 ficam localizados na China — dados divulgados no resultado financeiro do terceiro trimestre.
Mais do que uma das maiores fabricantes de smartphone do mundo, a Xiaomi é uma gigante de tecnologia. Na sua terra natal, a marca vende praticamente de tudo: de panela de arroz até aspiradores-robôs. Nos últimos anos, a Xiaomi anunciou investimentos em robótica e carros elétricos — cujo desenvolvimento pode ser atrasado com esse revés.
Motivos envolvem cenário global e problemas domésticos
Assim como a Amazon, a Meta e uma dos demitidos no Twitter, a Xiaomi está sofrendo os efeitos da economia global. Para listar alguns: queda nas vendas do mundo de tecnologia, Guerra na Ucrânia e a continuada escassez de chips. A fabricante também passa a sentir os efeitos da política chinesa de Covid Zero.
Por mais que as medidas restritivas tenham se mostrado eficazes contra a Covid, ela precisa ser combinada com uma forte campanha de vacinação — foi a estratégia adotada pela enorme parte dos países e o que ajudou a lotar os estádios da Copa do Mundo de 2022. Juntando as duas táticas, países conseguiram retomar o crescimento das suas economias. Entretanto, a China falhou nesta segunda etapa.
Com aproximadamente 50% da população vacinada, a China continuou utilizando a tática de Covid Zero (estratégia que está abandonando), onde um único caso da doença pode fechar uma cidade inteira, incluindo aquelas que contam com grandes fábricas de eletrônicos. Neste ponto a Xiaomi sofre como as big techs americanas.
Sem clientes e sem produção após alto crescimento
A queda de smartphones na China caiu 11% no último trimestre. Para complicar, as vendas podem ser atrasadas por causa dos fechamentos recorrentes nas fábricas, causando o mesmo problema pelo qual a Apple deve passar.
Outra semelhança que a Xiaomi tem com as empresas de tecnologia está no boom de contratação durante a fase mais “forte” da pandemia. A Amazon, a Meta e a Xiaomi passaram por um crescimento nos últimos — com mais gente em casa, os serviços e produtos dessas empresas foram mais procurados.
Para azar das empresas, uma hora esse crescimento parou: ninguém vai trocar de smartphone ou notebook com a economia em recuperação, empresas retomam o trabalho presencial e fornecem o equipamento e as lojas físicas estão recebendo os clientes novamente. No caso da Meta, a Apple alterou as políticas de privacidade que impactam nos anúncios das redes sociais.
A Xiaomi aumentou as contratações em dezembro de 2021. Um ano depois, esses novos funcionários são demitidos. A maior parte dos cortes está nos setores de smartphones e serviços de internet.
Fonte:tecnoblog
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