Estudo da UE aponta que o alcance de contas pró-Rússia aumentou entre janeiro e maio de 2023 no Twitter, mas também em outras redes sociais
As ações tomadas pelo Ocidente contra a Rússia, em meio à guerra na Ucrânia, não foram apenas no âmbito econômico ou político. Um dos acordos dizia respeito ao controle da disseminação de propaganda russa nas redes sociais. No entanto, um estudo divulgado pela Comissão Europeia, o órgão que rege a União Europeia, aponta que as novas regras do X, antigo Twitter, permitiram que publicidade pró-Moscou atingisse mais pessoas do que antes do início do conflito.
Permitir que a desinformação e o discurso de ódio se espalhassem sem limites teria violado a Lei de Serviços Digitais, a lei de mídia social da UE, se ela estivesse em vigor no ano passado, concluiu o estudo.
A Lei de Serviços Digitais, que entrou em vigor para as maiores empresas de mídia social em 25 de agosto, exige que elas avaliem o risco de informações falsas, impeçam que sejam impulsionadas por algoritmos e sujeitem seu desempenho a auditoria.
Separadamente, as sanções europeias à mídia estatal russa levaram o YouTube e outras plataformas a banir o RT, o veículo de notícias russo anteriormente conhecido como Russia Today que já foi um dos canais mais seguidos nessas plataformas.
Ações contra propaganda russa fracassaram
O estudo é um sinal de que todas essas ações não estão surtindo os efeitos esperados. Recentemente, o comissário da UE, Thierry Breton, afirmou que a empresa de Elon Musk precisava se adequar a uma série de exigências para evitar multas pesadas.
Mas o antigo Twitter não foi a única plataforma que falhou ao impedir a propagação da propaganda russa, segundo o estudo. Instagram, Telegram e Facebook, de propriedade da Meta, também tiveram suas atuações criticadas.
O conselheiro sênior da Reset, Felix Kartte, disse ao The Washington Post que as inúmeras campanhas de propaganda usaram discurso de ódio, impulsionaram extremistas e ameaçaram a segurança nacional, potencialmente influenciando as eleições europeias do próximo ano.
As empresas citadas não se pronunciaram sobre o assunto.
Responsabilidades do X (Twitter)
- Os pesquisadores ainda apontam que o alcance das contas pró-Kremlin aumentou entre janeiro e maio de 2023, com o engajamento médio crescendo 22% nas plataformas online.
- No X (Twitter) o engajamento cresceu 36% depois que o CEO Elon Musk decidiu suspender as medidas contra contas apoiadas pelo Kremlin, argumentando que “todas as notícias são, em algum grau, propaganda”.
- Musk retirou a rede social do código de conduta voluntário para combater a desinformação de 2022.
- A empresa ainda abandonou os rótulos de mídia afiliados ao Estado que vinha anexando à RT e a outras contas controladas pelo Kremlin.
- Essas contas também pagaram pela verificação na plataforma, aumentando a capacidade de propagação das postagens pró-Moscou.
*Com informaçoes olhardigital
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