O incidente, que gerou revolta nas redes sociais, foi registrado em vídeos pela vítima e por testemunhas.
Na tarde de quinta-feira, 20 de fevereiro, um caso de violência policial foi registrado em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, onde uma jovem grávida de 8 meses foi agredida com um cassetete por um policial militar durante uma abordagem na Vila Paim. O incidente, que gerou revolta nas redes sociais, foi registrado em vídeos pela vítima e por testemunhas.
O episódio ocorreu enquanto policiais militares realizavam a abordagem de um primo da jovem, que estava filmando a ação. Nas imagens, é possível ver o momento exato em que o policial se aproxima da jovem, que se encontrava gravando a cena, e, sem provocação aparente, a atinge com um golpe de cassetete. O golpe atinge o quadril da gestante, que, visivelmente abalada, procurou atendimento médico em seguida.
Grávida é agredida por PM com cassetete em São Leopoldo, no RS. Mulher tentava impedir ação policial na casa de parente.
— GloboNews (@GloboNews) February 21, 2025
➡ Assista ao #ConexãoGloboNews: https://t.co/bFwcwLpLU9 #GloboNews pic.twitter.com/Za8xqo1ycY
Testemunhas, que acompanhavam a abordagem, não tardaram em reagir diante da agressão. Em outro vídeo registrado no momento da ocorrência, uma testemunha pode ser ouvida gritando, em tom de indignação: “Para! O que é isso? A mulher está grávida. Tu [está] batendo em mulher grávida”. A gritaria foi uma tentativa de impedir que o policial continuasse com a violência. No entanto, a jovem foi atingida e ficou visivelmente ferida, embora tenha optado por não registrar boletim de ocorrência contra o agressor.
A Brigada Militar do Rio Grande do Sul se pronunciou sobre o caso e informou, por meio de nota, que “um procedimento investigatório foi aberto” para apurar as circunstâncias da agressão e adotar as medidas legais necessárias para o saneamento do ocorrido. A corporação reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e a importância da integridade de seus integrantes, destacando que não compactua com desvios de conduta por parte de seus membros.
A nota ainda frisou: “A Brigada Militar informa que já estão sendo adotadas providências em relação ao fato ocorrido na quinta-feira (20/2), no bairro São Miguel, em São Leopoldo, durante uma abordagem policial que circula nas redes sociais veiculando imagens de uma pessoa que filmava sendo agredida por um policial militar. Um procedimento investigatório foi aberto para elucidação do fato e que os instrumentos adequados de saneamento serão adotados na forma legal.”
Embora a Brigada Militar tenha assegurado que as medidas cabíveis seriam tomadas, o caso levanta sérias preocupações sobre o uso da força policial em situações de abordagem, especialmente quando envolvem gestantes e mulheres. O episódio é um reflexo de um problema recorrente em muitas cidades brasileiras, onde a violência policial em comunidades periféricas gera um clima de desconfiança e medo entre a população e as forças de segurança.
A jovem, cujo nome não foi divulgado, e os familiares optaram por não seguir com a formalização da denúncia. Contudo, a repercussão do caso nas redes sociais tem gerado um intenso debate sobre os limites da atuação policial e os direitos das mulheres e gestantes em situações de abordagem. Organizações de defesa dos direitos humanos e movimentos sociais se manifestaram nas redes, cobrando mais transparência nas investigações e uma resposta efetiva da Brigada Militar.
Este incidente também ressalta a importância da responsabilidade e da conduta ética das forças de segurança pública. Casos como este, quando não tratados adequadamente, podem gerar ainda mais tensão entre a polícia e as comunidades, o que prejudica a confiança e a cooperação mútua.
Em uma sociedade democrática, a atuação da polícia deve ser pautada pelo respeito à dignidade humana e pelos direitos fundamentais, que devem ser garantidos em todas as circunstâncias. As autoridades responsáveis pela investigação têm o dever de esclarecer o ocorrido e, se necessário, adotar as sanções legais apropriadas para garantir que situações como essa não se repitam.
Compartilhe:
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Mastodon(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Reddit(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Mais
Descubra mais sobre Manaustime
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.