O anúncio foi feito durante um ato transmitido pela televisão estatal, no qual Maduro ordenou que as milícias, garantam a cobertura do país.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro anunciou, nesta segunda-feira (18), a ativação de um plano especial para mobilizar mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional. A medida, descrita como uma resposta à “renovação das ameaças” dos Estados Unidos, representa uma escalada significativa na retórica belicista entre Caracas e Washington.

O anúncio foi feito durante um ato transmitido pela televisão estatal, no qual Maduro ordenou que as milícias, que ele classificou como “preparadas, ativadas e armadas”, garantam a cobertura do país.

A movimentação é uma reação direta a duas ações recentes do governo norte-americano: o aumento da recompensa por informações que levem à captura do próprio Maduro e o lançamento de uma operação militar antidrogas no Caribe.

“Vou ativar nesta semana um plano especial para garantir a cobertura, com mais de 4,5 milhões de milicianos, de todo o território nacional”, declarou o líder da Venezuela.

A Força Miliciana Bolivariana

A Milícia Nacional Bolivariana, criada pelo falecido presidente Hugo Chávez, é composta oficialmente por cerca de 5 milhões de reservistas, majoritariamente civis.

Ela foi incorporada como um componente formal da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), ao lado do Exército, Marinha, Aeronáutica e Guarda Nacional.

Seu papel, na visão do governo, é atuar como uma força de defesa popular em caso de agressão externa.

Resposta a “Ameaças“

Em seu discurso, Maduro agradeceu às Forças Armadas regulares pelo que disse ter sido a primeira manifestação de solidariedade diante do que classificou como “repetição podre” de ameaças vindas de Washington.

Ele ainda fez um apelo para que as bases políticas de seu governo intensifiquem a formação de milícias camponesas e operárias “em todas as fábricas”.

A retórica foi marcada por provocações diretas. “Fuzis e mísseis para a força camponesa! Para defender o território, a soberania e a paz da Venezuela”, proclamou. “Mísseis e fuzis para a classe operária, para defender a nossa pátria”.