Medida também restringe bandeiras políticas em locais públicos, como as que tenham o slogan Make America Great Again do presidente Donald Trump

O Estado de Utah, nos Estados Unidos (EUA), se tornou o primeiro a proibir a exibição de bandeiras do orgulho LGBTQ+ em prédios governamentais e escolas.

A medida também restringe bandeiras políticas, como as que tenham o slogan Make America Great Again (Maga)do presidente Donald Trump. As informações são da Fox News, com base na Associated Press.

O governador republicano de Utah, Spencer Cox, permitiu que tal proibição se tornasse lei, mesmo com suas “sérias preocupações” sobre a iniciativa. Ele optou por não vetar a proposta, pois a legislatura controlada pelos republicanos provavelmente anularia seu veto.

Em uma carta aos líderes legislativos, Cox explicou sua decisão. Ele concordou com a “intenção subjacente” do projeto de tornar as salas de aula politicamente neutras. Porém, acreditava que a lei ia longe demais ao restringir os governos locais.

O governador também destacou que a legislação, por se concentrar apenas em bandeiras, não proíbe outras exibições políticas, como cartazes ou iluminação.

“À nossa comunidade LGBTQ+, sei que a legislação recente tem sido difícil”, declarou o governador Cox.

“A política pode ser um esporte sangrento às vezes e sei que tivemos nossos desentendimentos”, prosseguiu ele. “Quero que saibam que os amo e aprecio e sou grato por fazerem parte do nosso estado. Sei que essas palavras podem soar vazias para muitos de vocês, mas saibam que as digo sinceramente.”

A proibição entra em vigor em 7 de maio. Prédios governamentais estaduais ou locais, a partir desta data, enfrentarão multas de US$ 500 por dia. Isto caso exibam qualquer bandeira que não seja a dos EUA, a bandeira do Estado de Utah, bandeiras militares ou outras aprovadas pelos legisladores.

Bandeiras políticas que apoiam candidatos ou partidos, incluindo bandeiras Maga, serão proibidas pela nova lei.

Restrições a bandeiras como a da LGBTQ+

A nova lei pode colocar o Estado e sua maior cidade, Salt Lake City, em conflito. A cidade costuma celebrar o Mês do Orgulho em junho, exibindo bandeiras que homenageiam a população LGBTQ+.

Houve protesto contra a nova legislação. Líderes locais em Salt Lake City e no Condado de Salt Lake iluminaram prédios com luzes do arco-íris, para marcar posição contrária.

O gabinete da prefeita de Salt Lake City, Erin Mendenhall, informou que seus advogados estão revisando a lei. Não há detalhes sobre quando a lei entrará em vigor, inclusive na cidade.

Os representantes republicanos Trevor Lee e o senador Dan McCay, que elaboraram o projeto, afirmaram que a medida visa a incentivar a “neutralidade política” de professores e outros funcionários do governo.

Segundo os opositores, a lei busca eliminar a expressão LGBTQ+ e remover a autoridade de cidades e municípios que não se alinham politicamente com a maioria republicana da legislatura.