Brasileira pediu asilo no EUA em fevereiro, mas acabou sendo presa e enviada para uma ala masculina da prisão de Guantánamo
A brasileira Tarlis Marcone de Barros Gonçalves chegou aos Estados Unidos em 15 de fevereiro, com o objetivo de pedir asilo no país, mas acabou sendo presa por autoridades de imigração e foi enviada para a prisão de Guantánamo. No centro de detenção, a mulher transgênero foi encaminhada para uma ala masculina, apesar de protestos.
Durante depoimento à Justiça dos EUA em março, Gonçalves revelou ter buscado abrigo no país comandado por Donald Trump por sofrer repetidas ameaças no Brasil.
“Em 15 de fevereiro de 2025, eu entrei nos Estados Unidos vindo do México, próximo a El Paso, Texas, onde fui apreendida por autoridades norte-americanas”, disse a brasileira. “Um agente de imigração perguntou se eu queria assinar uma ordem de deportação, mas eu recursei, porque temo pela minha vida no Brasil”.
Inicialmente, Gonçalves diz ter sido transferida para um centro de processamento no Novo México. Lá, ela ficou detida entre os dias 17 e 26 de fevereiro, em uma cela com 49 homens, mesmo expressando o desconforto em estar alojado com detentos do sexo masculino. Ela também afirma ter informado autoridades locais sobre casos de assédio.
Próximo ao fim de fevereiro, a brasileira revela que foi algemada nos pés, quadris e pulsos. Então, foi encaminhada para um ônibus, e embarcou em um avião militar, sem saber para onde estava indo.
“Quando o avião pousou no dia seguinte, eles me disseram que nós estávamos em Guantánamo, Cuba. Eu não tinha nenhuma ideia do que estava acontecendo”, declarou Gonçalves à Justiça norte-americana.
Tratamento desumano
Na prisão militar norte-americana em Cuba, a mulher revela ter sido enviada para uma nova cela masculina, onde ficou com cinco homens apesar das reclamações sobre de desconforto.
“Toda vez que eu ia ao banheiro ou tomava banho, ficava à vista de todos – não havia nenhuma porta que me desse privacidade”, lembra Gonçalves. Como mulher, era uma experiência desumanizante. Além disso, só me davam uma peça de roupa para usar o tempo todo”.
Além dos casos de assédio, a brasileira relata ter enfrentado fome em Guantánamo, já que os presos só recebiam duas refeições por dia, uma na parte da manhã e outra a tarde. Geralmente compostas apenas por salada, arroz, um pequeno pedaço de carne e uma fruta.
Em 2 de março, Gonçalves foi novamente algemada e colocada em uma outra aeronave. Sem qualquer informação sobre o destino que estava sendo encaminhada, ela só ficou sabendo que havia retornado aos EUA quando o avião pousou e autoridades da imigração informaram que eles estavam em Miami.
A mulher chegou a ficar detida na prisão de Pine Prairie, em Lousiana, em uma cela isolada. No início de abril, ela foi deportada para o Brasil.
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