O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira a internação do ex-presidente Jair Bolsonaro na quarta-feira, véspera de Natal, para que seja submetido no dia seguinte a uma cirurgia de hérnia inguinal, de acordo com documento do STF.

Os advogados do ex-presidente haviam pedido nesta terça-feira permissão para a internação e cirurgia no hospital DF Star, em Brasília, para o tratamento de uma hérnia inguinal bilateral.

Na decisão, Moraes definiu que a Polícia Federal ficará responsável pela segurança e pelo transporte do réu e pede que toda a operação seja realizada de “maneira discreta” e utilize a garagem do hospital.

O ministro também determina que a PF mantenha no mínimo dois policiais federais na porta do quarto do hospital, além de equipes que considerar necessárias dentro e fora do hospital para garantir a segurança e a fiscalização 24 horas por dia.

Moraes autorizou que a esposa de Bolsonaro, Michelle, o acompanhe durante toda a internação, mas outras visitas precisarão de autorização judicial.

Na decisão, o ministro proíbe a entrada de computadores, celulares ou dispositivos eletrônicos, com exceção de equipamentos médicos.

Bolsonaro está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília cumprindo pena decorrente de sua condenação por tentativa de golpe de Estado na Primeira Turma do STF. Mais cedo nesta terça, o portal de notícias Metrópoles disse que ele cancelou uma entrevista que daria ao veículo, autorizada por Moraes, alegando questões de saúde.

O ex-presidente enfrenta problemas de saúde desde a facada que sofreu em setembro de 2018, durante evento da campanha eleitoral daquele ano em Juiz de Fora (MG). Bolsonaro passou por uma série de cirurgias na região abdominal como consequência do atentado.

Atualmente, segundo relatório médico encaminhado por sua defesa ao STF, tem um quadro de soluços e a hérnia inguinal bilateral, a ser tratada pela nova cirurgia.

Na sexta-feira, Moraes já havia autorizado a realização do procedimento cirúrgico, que segundo laudo pericial da PF não se trata de um caso de urgência ou emergência médica. Restava definir apenas detalhes e a data da internação e cirurgia.

(Reportagem de Luciana Magalhães)