Tragédia, a pior em 30 anos na região, expõe falhas de segurança em obras e uso de andaimes de bambu; três suspeitos foram presos.

Um incêndio de grandes proporções atingiu um complexo residencial composto por oito torres em Hong Kong na quarta-feira (26), deixando ao menos 83 mortos e 72 feridos, segundo autoridades locais. A tragédia é considerada o incêndio mais letal registrado na cidade nas últimas três décadas.

Mesmo após mais de 24 horas de operação, equipes de emergência ainda trabalhavam no combate às chamas nesta quinta-feira (27). O Corpo de Bombeiros informou que quase 300 pessoas seguem desaparecidas, muitas delas possivelmente presas nos prédios parcialmente consumidos pelo fogo.

A força das chamas se espalhou rapidamente, impulsionada por telas verdes de proteção e andaimes de bambu instalados para uma obra de reforma. Segundo a polícia, esses materiais não atendiam aos padrões mínimos de segurança contra incêndio. Três responsáveis pela empreiteira foram presos sob suspeita de homicídio culposo, em razão da suposta negligência que teria contribuído para a velocidade da propagação.

Autoridades detalharam que 51 vítimas morreram ainda no local, enquanto outras sucumbiram aos ferimentos nos hospitais. Os sobreviventes apresentam queimaduras e danos respiratórios causados pela inalação intensa de fumaça.

Com o alerta de incêndio elevado ao nível máximo, centenas de bombeiros e policiais foram mobilizados. Ruas e trechos da rodovia Tai Po foram bloqueados para facilitar o acesso das equipes de resgate. Dois quarteirões próximos ao complexo também chegaram a ser isolados.

Hong Kong já registrou episódios marcantes, como o incêndio de 1996, que deixou 41 mortos.