O Rio Negro ultrapassou a cota de inundação severa esta semana e já provoca alagamentos em diversas ruas do Centro de Manaus. De acordo com o último boletim divulgado pelo Porto de Manaus, na última sexta-feira (5), o nível do rio atingiu 29,04 metros, o que coloca a capital em estado de alerta máximo para enchentes urbanas.
A Defesa Civil do Amazonas informou que mais de 500 mil pessoas foram diretamente afetadas pela cheia em todo o estado. Pelo menos 40 municípios já registraram prejuízos com a elevação das águas. Em Manaus, passarelas estão sendo montadas em pontos críticos, e comerciantes do Centro Histórico relatam prejuízos com a invasão da água em lojas e depósitos. Moradores de áreas mais baixas também enfrentam dificuldades para sair de casa, com ruas completamente submersas.
Apesar da gravidade da situação, os órgãos de monitoramento descartam, por ora, que o ano de 2025 registre um novo recorde histórico. Em comparação com anos anteriores, o nível atual já supera a cheia de 2009 (29,71 m) e se aproxima das grandes inundações de 2012 (29,97 m) e 2003 (29,77 m). No entanto, ainda está abaixo do maior registro da série histórica, os 30,02 metros alcançados em 2021, quando o Rio Negro teve sua maior cheia em mais de um século de medições.
Em um contraste alarmante, menos de um ano atrás, em outubro de 2024, o mesmo Rio Negro enfrentava a segunda pior seca já registrada, com o nível caindo para apenas 12,66 metros, um número próximo ao recorde mínimo de 12,53 metros em 2010. A transição em poucos meses entre a seca extrema e a cheia severa evidencia os efeitos cada vez mais intensos das mudanças climáticas na região amazônica.
O Serviço Geológico do Brasil já havia emitido um segundo alerta de cheia em abril, indicando 42% de chance de o nível atingir a cota de inundação severa em Manaus. A previsão se confirmou com o avanço do inverno amazônico e as chuvas acima da média em várias bacias hidrográficas do estado.
Autoridades estaduais e municipais seguem mobilizadas para enfrentar os efeitos da cheia. A prefeitura de Manaus distribui kits de madeira para a construção de marombas e prepara centros de acolhimento para famílias que eventualmente precisarem deixar suas casas. Equipes da Defesa Civil estadual continuam o monitoramento diário dos rios Negro, Solimões e Amazonas, que também apresentam elevação significativa.




Fotos: Reinaldo Maquiné/CM7 Brasil
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