Rossy Amoedo disse que o julgamento foi conduzido de forma parcial, prejudicando o Caprichoso.
O presidente do Boi Caprichoso, Rossy Amoedo, fez duras declarações nesta terça-feira (1º), colocando em xeque a lisura da apuração do 58º Festival Folclórico de Parintins. Em pronunciamento após a divulgação oficial do resultado, que consagrou o Boi Garantido como campeão da edição 2025, Amoedo acusou a comissão organizadora de manipulação nas escolhas dos jurados e sugeriu que o julgamento foi conduzido de forma parcial, prejudicando o Caprichoso.
O protesto de Amoedo ganhou repercussão após sua saída abrupta do Bumbódromo na segunda-feira (30), durante a apuração das notas. Visivelmente revoltado, o dirigente classificou o episódio como “um atentado contra a cultura do Amazonas” e alegou que houve mudanças de última hora na composição do corpo de jurados, sem qualquer comunicação formal à presidência do bumbá azul e branco.
“Houve uma troca nos jurados sem me chamar, nem ao Fred Góes [presidente do Garantido]. Foram selecionados nove jurados e, entre eles, vieram pessoas que não estavam na lista oficial, pessoas que vieram para prejudicar Parintins”, denunciou Amoedo.
Segundo o presidente do boi, há um envelope lacrado na Prefeitura de Parintins que conteria a relação original dos jurados escalados para o Festival. Ele afirma que a abertura desse documento é essencial para esclarecer os motivos das substituições e entender por que jurados com histórico suspeito não foram imediatamente substituídos por suplentes.
Jurados sob suspeita
Rossy Amoedo apontou diretamente os jurados Marcos Moreira e Hylnara Anny Vidal como principais responsáveis pela suposta manipulação nas notas atribuídas ao Caprichoso. Ele declarou que o boi azul solicitou previamente a retirada de Moreira por sua ligação com integrantes do Garantido, o que, segundo ele, comprometeria a imparcialidade necessária ao cargo.
Já em relação a Hylnara Anny Vidal, a crítica foi ainda mais dura. Amoedo questionou sua formação acadêmica e sua aptidão para exercer a função de jurada.
“Nós sabiamos que tinham dois jurados Marcos Moreira, que solicitamos a retirada dele por ter vinculo real com pessoas do Garantido, e a Hylnara Anny Vidal pelo simples fato dela ser uma pessoa evangélica os advogados estão atrás do real corriculo dela porque a gente acredita que o que tem seja fake, que ela não tem formação alguma, virou evangélica e veio fazer o que aqui manchando o nome da igreja. Essa duas pessoas simplesmente acabaram com o festival”, declarou.
O presidente do Caprichoso também insinuou que Hylnara teria recebido instruções diretas de membros da comissão do Garantido sobre as notas que deveria atribuir.”Chegou ao nosso conhecimento que alguém da comissão do Garantido iria dizer para ela qual nota ela teria que dar e como teria que justificar. Ela seguiu a risca. Eu estava observando, ela pegava o papel colocava no vidro da cabine para mostrar que ela estava fazendo as anotações”, contou.
Além disso, Amoedo destacou que ambos os jurados apagaram suas contas e perfis em redes sociais logo após a apuração, o que, na sua visão, é um indicativo de culpa.
“Os dois jurados, a Hylnara e o Marcos, apagaram tudo das redes sociais deles. Fica low profile agora ninguem sabe mais nada deles. Por que ? Porque fizeram algo muito errado, quem comete erros não se esconde. A coisa foi programada para acabar com o caprichoso mesmo tendo apresentado o maior espetáculo dos últimos 10 anos”, disse.
Ação judicial
Rossy Amoedo informou que já está reunindo documentos, imagens e testemunhos para iniciar uma ação judicial contestando o resultado do Festival. Segundo ele, um dossiê detalhado com todas as irregularidades percebidas durante o processo de apuração foi enviado ao prefeito de Parintins ainda na semana passada.
“Nós vamos avançar juridicmanete com esse processo, nós temos provas muito robustas. Como eu não tinha acesso a comissão na quinta-feira eu mandei um dossiê ao prefeito de Parintins do que ela ia fazer e o reflexo da apuração vai condizer com o dossiê”, afirmou.
O presidente também afirmou que espera apoio institucional dos órgãos públicos e culturais do Amazonas, alegando que o episódio extrapola a rivalidade entre os bois e afeta diretamente a credibilidade do Festival Folclórico de Parintins como patrimônio cultural brasileiro.
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