Investigado é considerado como líder de esquema que desviava benefícios previdenciários

A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira, 12, a prisão de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, em uma ofensiva contra fraudes no sistema de aposentadorias. A operação também envolveu buscas em endereços ligados ao advogado Nelson Willians, apontado como investigado, e ao empresário Maurício Camisotti, suspeito de ser sócio oculto de uma entidade beneficiada pelos desvios.

A movimentação dos agentes ocorre logo depois que a CPI do INSS autorizou o acesso aos dados fiscal, bancário e telefônico de Antunes, que está convocado para prestar depoimento na próxima segunda-feira, 15. As investigações revelam que empresas associadas ao “Careca do INSS” serviam como intermediárias financeiras, recebendo valores desviados e repassando-os a pessoas ligadas ao INSS ou a entidades envolvidas no esquema.

Segundo a Polícia Federal, Antunes seria o responsável por coordenar práticas de descontos irregulares em benefícios do INSS

Laudos da Polícia Federal revelam que Antunes recebeu mais de R$ 50 milhões provenientes de associações de aposentados e pensionistas. Destes recursos, mais de R$ 9 milhões foram transferidos diretamente a indivíduos com vínculos no INSS. Com a prisão, cresce a expectativa sobre o depoimento de Antunes à CPI, considerado crucial para esclarecer um dos maiores esquemas já detectados contra o sistema previdenciário.

Antunes, identificado como principal articulador do suposto esquema, movimentou R$ 12 milhões em contas bancárias no intervalo de 129 dias, conforme registro das autoridades. Segundo a Polícia Federal, ele seria o responsável por coordenar práticas de descontos irregulares em benefícios do INSS.

A ação investiga crimes de obstrução ou dificultação de apurações sobre organização criminosa, além de dilapidação e ocultação de patrimônio, incluindo indícios de tentativa de atrapalhar as investigações por parte de alguns dos envolvidos.