Denúncias de ameaças de agentes ambientais abalam a comunidade pesqueira de Lábrea.

Pescadores artesanais de Lábrea estão denunciando ameaças recebidas durante o período do defeso. Conforme relato, entre os dias 6 e 8 de maio, foi feita abordagem violenta por parte de agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação Ambiental (ICMbio) enquanto estavam no Rio Purus, entre Lábrea e Canutama.

Antônio Raimundo Nunes, um pescador com 35 anos de experiência, afirmou que esta foi a primeira vez que enfrentou tal situação. Ele e outros pescadores foram informados de que, caso não deixassem a área, seus barcos seriam apreendidos. “Nunca antes fomos tratados assim durante nossa temporada de pesca,” lamentou.

O grupo, que planejava pescar por até 15 dias, teve que retornar com um prejuízo significativo. Apenas três pescadores estavam presentes nos barcos durante a abordagem, mas todos foram revistados sem autorização. Antônio destacou a falta de respeito e a humilhação que vivenciaram, retornando para casa sem os recursos necessários para cobrir os custos da viagem.

O Ibama foi questionado sobre as abordagens e ainda aguarda uma resposta. Nas redes sociais, o pescador Márcio dos Santos expressou a indignação do grupo, ressaltando a dificuldade que enfrentam para trabalhar sob constantes ameaças.

Elifrank Gomes de Albuquerque, que atua na compra e venda de peixes, também sofreu com a fiscalização. Ele foi instruído a deixar uma área onde sempre trabalhou, sem consideração pela sua situação financeira

A presidente do Sindicato dos Pescadores de Lábrea, Francisca Batista, relatou que muitos trabalhadores estão revoltados com as abordagens agressivas e clamam por dignidade e respeito. O deputado federal Silas Câmara anunciou que tomará providências junto ao Ibama para que as abordagens sejam mais respeitosas.