A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu arquivar o pedido de investigação contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), referente ao seu papel como relator em processos ligados ao comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
A decisão foi assinada pelo vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, braço direito do procurador-geral Paulo Gonet. Gonet, por sua vez, foi indicado ao cargo com apoio de Gilmar, de quem também já foi sócio no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP).
O pedido de apuração havia sido apresentado pelo vereador Guilherme Kilter (Novo-PR), que sinalizou possíveis benefícios do ministro à gestão anterior da CBF, sugerindo suspeição devido a decisões favoráveis a Ednaldo Rodrigues.
Suspeitas e argumentos da defesa de Gilmar Mendes

Entre os pontos levantados, estavam a existência de um contrato entre o IDP e a CBF, responsável pela CBF Academy, iniciativa que visa a profissionalizar o futebol nacional, e liminares concedidas por Gilmar Mendes em favor de Ednaldo.
Ao analisar o caso, a Assessoria Jurídica Criminal da PGR concluiu que não há elementos suficientes para afirmar que Gilmar Mendes agiu com intenção ilícita e considerou o caso restrito a discussões processuais sobre suspeição, sem implicações criminais.
Gilmar Mendes argumentou que não há conflito de interesses, justificando que o acordo entre o IDP e a CBF foi firmado sem sua participação direta, ressaltando o reconhecimento institucional do IDP. “O contrato entre o IDP e a CBF foi um acordo de direito privado conduzido pela direção do IDP, sem relação direta comigo”, disse.
As suspeitas aumentaram devido à condição de sócio do ministro no IDP e ao cargo de diretor-geral ocupado por seu filho, Francisco Schertel Mendes. Decisões do ministro que mantiveram Ednaldo Rodrigues na presidência da CBF, desde janeiro de 2024, foram alvo de questionamentos.
Decisões judiciais e relações institucionais
Em janeiro de 2024, Gilmar Mendes suspendeu decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que afastava Ednaldo Rodrigues da CBF. Em maio de 2025, negou outros dois pedidos de afastamento.
No entanto, em 15 de maio, a Justiça do Rio de Janeiro determinou novamente o afastamento de Ednaldo, que, em 19 de maio, desistiu de retornar ao cargo.
O histórico entre Gilmar Mendes e Paulo Gonet inclui a fundação do IDP, em 1998. Em 2017, Gonet vendeu sua participação para Francisco Mendes por R$ 12 milhões. Em 2023, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou Gonet para a Procuradoria-Geral da República, decisão atribuída ao prestígio de Gilmar depois de episódios da Lava Jato.
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