As investigações tiveram início após o Conselho Tutelar ser alertado pela escola das crianças.

Um homem de 38 anos foi preso suspeito de estupro de vulnerável contra duas crianças, sua enteada de 11 anos e a vizinha de 9 anos. A prisão preventiva foi efetuada pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) no bairro Lago Azul, zona norte de Manaus, na quinta-feira (24/07).

As investigações tiveram início após o Conselho Tutelar ser alertado pela escola das crianças. Durante uma palestra sobre prevenção de abuso sexual, a menina de 9 anos se sentiu encorajada a relatar que havia sido abusada repetidas vezes pelo padrasto de sua amiga. Ambas as vítimas foram submetidas à técnica de escuta especializada na Depca, onde confirmaram os abusos. A criança mais nova forneceu detalhes do crime, que, segundo ela, ocorriam desde 2023, quando tinha apenas 7 anos.

A delegada Rosane Ferreira, adjunta da Depca, informou que o suspeito, que trabalhava como vigilante noturno, aproveitava o dia para cometer os crimes. Ele incentivava a enteada a chamar a amiga para brincar em sua casa, onde as expunha a vídeos pornográficos e as abusava sexualmente. A menina de 9 anos relatou que demorou a entender a gravidade dos atos, mas, com o tempo, passou a evitar a casa do vizinho. Ela também contou que o agressor pedia para que mantivessem segredo e as subornava com chocolates.

A situação da enteada era ainda mais complexa. Em depoimento inicial, ela chegou a negar os fatos. A delegada explicou que a criança, que via o padrasto como uma figura paterna, temia gerar conflito familiar. No entanto, a análise técnica do depoimento indicou que a fala dela era inconsistente com sua idade e que poderia ter sido instruída por um adulto. Diante das evidências, foi solicitada a prisão preventiva, pois a criança corria risco de violência psicológica e sexual, já que continuava morando com o suspeito e a mãe, que não acreditava em seus relatos.

A delegada destacou a importância do trabalho em rede, envolvendo a escola e o Conselho Tutelar, para dar voz a crianças em situação de abuso. O homem agora responderá por estupro de vulnerável e permanece à disposição da Justiça.