As Detenções Ocorreram Durante Os Protestos Contra O Ditador Nicolás Maduro, Que Acontecem Em 17 Dos 24 Estados Do País
O Escritório de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou a repressão na Venezuela depois das eleições do último fim de semana, pedindo transparência na apuração dos votos e investigações sobre violações de direitos humanos.
Pelo menos sete mortes relacionadas às eleições foram registradas desde o domingo 28. A oposição, que se declarou vencedora depois da suposta reeleição do ditador Nicolás Maduro, convocou novos protestos.
A maioria das mortes ocorreu durante manifestações contra a nomeação de Maduro, conforme dados da Pesquisa Nacional de Hospitais e da ONG Foro Penal.
“Estou extremamente preocupado com o aumento das tensões na Venezuela, com relatos preocupantes de violência desde a eleição do último domingo”, afirmou Volker Turk, alto comissário da ONU para Direitos Humanos.
Ele acrescentou que manifestações estão ocorrendo em pelo menos 17 dos 24 estados da Venezuela, incluindo a capital. Centenas de pessoas foram presas, inclusive crianças. Turk afirmou que as prisões o “preocupam profundamente”.
Críticas ao governo de Maduro, ditador da Venezuela
Turk criticou o governo de Nicolás Maduro, dizendo estar “alarmado com os relatos de uso desproporcional da força pelos agentes da lei, juntamente com a violência de indivíduos armados que apoiam o governo, conhecidos como colectivos”.
Ele destacou que vários manifestantes foram feridos por armas de fogo, com uma morte confirmada em 29 de julho. Outras alegações ainda estão pendentes de verificação.
Nos últimos meses, a ONU vinha alertando sobre o aumento da repressão na Venezuela, questionando a possibilidade de a eleição ocorrer de forma justa. Inquéritos da entidade foram publicados e rebatidos por Maduro, que expulsou a equipe das Nações Unidas do país no início do ano.
Os relatórios também revelaram ataques e prisões arbitrárias de membros da oposição e ativistas de direitos humanos.
Pedidos de investigação
Turk renovou seu pedido para que o governo investigue os atos. “Os autores das violações dos direitos humanos devem ser responsabilizados”, exigiu. Ele afirmou que a Venezuela “está em um momento crítico” e instou as autoridades a respeitarem os direitos de todos os venezuelanos de “se reunirem e protestarem pacificamente e expressarem suas opiniões livremente e sem medo”.
Ele reforçou que “todos os venezuelanos têm o direito de participar de forma significativa das decisões que afetam suas vidas e o futuro de seu país, inclusive por meio de eleições confiáveis”.
Em um comunicado emitido nesta terça-feira, 30, Turk reiterou o apelo de diversos governos, incluindo o Brasil, para que Caracas faça uma apuração transparente dos votos.
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