O estado de Nova York, nos EUA, proibiu pet shops de vender animais de estimação como cachorros, gatos e coelhos. A governadora Kathy Hochul assinou a medida em 29 de dezembro.
O objetivo, segundo Hochul, é acabar com a chamada “fábrica de filhotes” – instalações que incentivam a reprodução e que são conhecidas por negligenciar a saúde e submeter animais a maus tratos.
A lei, porém, só entra em vigor a partir de dezembro de 2024. Este é o prazo que as empresas têm para se reestruturarem. Quando começar a valer, pet shops poderão oferecer suas vitrines aos abrigos de animais da cidade, que só poderão ser adotados.
“Cachorros, gatos e coelhos em Nova York merecem lares amorosos e tratamento humano”, disse Hochul no comunicado que anunciou a proibição da venda. “Tenho orgulho de assinar esta medida, que dará passos significativos para reduzir o tratamento severo e proteger o bem-estar dos animais em todo o estado”.
Assim como acontece no Brasil, animais com pedigree são vendidos por milhares de dólares nos EUA. Muitas vezes, se transformam em símbolos de status. “As pessoas querem pedigree e, acima de tudo, raças que estão na moda”, contou um funcionário de pet shop ao El País.
“Os abrigos não conseguem atender a essa demanda porque só têm os animais resgatados da rua, que geralmente são mestiços”, explicou. Um gato persa chega a custar US$ 1 mil em Nova York – quase R$ 5,5 mil.
A Apsca (Sociedade Americana pela Prevenção da Crueldade Animal) diz que a lei servirá para incentivar formas mais sensatas de adquirir pets. Já existem disposições parecidas em diversos estados dos EUA, como Califórnia e Maryland, e em outros 300 municípios do país. A França aprovou uma lei parecida em 2022 e também proibiu a venda de animais domésticos a partir de 2024.
Decisão questionada
A lei atraiu críticas por causa da perspectiva econômica. Só em 2020, a venda de animais de estimação chegou a US$ 100 bilhões. Além disso, a proibição deve forçar até 80 pet shops podem fechar em Nova York a partir de 2025.
Essa é uma das principais discordâncias da Puppi (Pessoas Unidas para Proteção da Integridade dos Animais, na sigla em inglês). A organização, que defende a livre escolha entre adotar ou comprar, diz que a lei não afetará em nada os canis de fora do estado, que continuarão funcionando.
A entidade argumenta que a lei é “contraproducente”, uma vez que os pet shops já passam por várias medidas de proteção aos animais nos laboratórios de reprodução. Eles só podem comprar animais de criadores licenciados pelo Departamento de Agricultura.
Com informações de gizmodo
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