quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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MST celebra farsa eleitoral de Maduro: “Democracia venceu”

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), juntamente com outras entidades representativas da esquerda brasileira, divulgou uma nota celebrando a controversa vitória eleitoral de Nicolás Maduro na Venezuela. O documento proclama a vitória da democracia popular, apesar de inúmeras evidências que sugerem a farsa eleitoral.

“A democracia com protagonismo popular venceu as eleições presidenciais da Venezuela, que ocorreram neste domingo, 28 de julho. O candidato à reeleição pelo Grande Polo Patriótico, Nicolás Maduro, saiu vitorioso com mais de 51% dos votos, com 80% dos votos contabilizados, derrotando nove candidatos opositores, incluindo a extrema direita, que promove uma campanha de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”, diz a nota divulgada pelas entidades, que promovem uma campanha de desinformação.

Conforme reportado pela revista Crusoé, todas as atas eleitorais divulgadas após o fechamento das urnas mostravam uma vitória esmagadora do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. A confiança na vitória era alta entre os oposicionistas, mas estes foram impedidos de acompanhar a contagem dos votos, lançando sérias dúvidas sobre a integridade do processo.

A nota das entidades de esquerda, assinada também pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e pela União da Juventude Socialista (UJS), afirma:

“Essa eleição é central para a geopolítica, por um lado, por ser uma nação que constrói um processo socialista e aliado dos povos ao redor do globo, por outro lado, por possuir a maior reserva comprovada de petróleo do mundo, o que desperta tentativas de controle e subordinação por parte do imperialismo estadunidense.”

Segundo os movimentos de esquerda brasileiros, “em meio a uma campanha fascista promovida pela extrema direita venezuelana e internacional, que antes mesmo da votação e dos resultados já bradavam fraude e não respeito aos resultados, a Soberania do Povo Venezuelano e o seu direito ao voto prevaleceram”.

Ao longo do ciclo eleitoral, foram cassadas as candidaturas das duas principais oposicionistas de Maduro. A foto do ditador aparecia 13 vezes no cartão de votação. O principal candidato da oposição e María Corina Machado, líder oposicionista que foi proibida de se candidatar, enfrentaram bloqueios de estradas para chegar aos comícios e foram vítimas de vandalismo, assaltos e atentados ao longo de toda a campanha.

Os veículos oficiais de imprensa não entrevistaram os candidatos da oposição. Foram fechados 47 sites, 14 rádios e duas agências de checagens ao longo do ciclo eleitoral. Dos 4 milhões de venezuelanos que vivem no exterior e poderiam votar — provavelmente contra Maduro —, apenas 506 conseguiram autorização para exercer o direito, devido a dificuldades impostas pelo regime.

Ex-presidentes latino-americanos que pretendiam acompanhar a votação foram impedidos de entrar no país. Parlamentares espanhóis também não conseguiram passar do aeroporto. Apenas figuras como o ex-chanceler Celso Amorim, assessor para assuntos internacionais de Lula, foram autorizados a acompanhar o processo.


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