quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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Motorista é empregado da Uber? Tribunal Superior do Trabalho ainda não sabe

Apesar de nova decisão, tribunal não possui unanimidade sobre tema, com divergências entre Turmas.

Novo julgamento no TST traz indefinição sobre tema recorrente; terceira turma do Tribunal já reconheceu vínculo trabalhista entre Uber e motorista

A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou que não há vínculo de emprego entre a Uber e motoristas. O caso é referente a um exame de recurso de um motorista da cidade de Camboriú (SC). Apesar de nova decisão, tribunal não possui unanimidade sobre tema, com divergências entre Turmas.

Uber
Uber (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Agora, a matéria sobre vínculo trabalhista entre o aplicativo e motoristas será examinado na Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1), órgão do TST responsável por uniformizar jurisprudência de Turmas. Não há previsão de quando o SDI-1 apresentará a sua decisão.

Novo julgamento da Quarta Turma teve votação unânime

Formado por oito Turmas, o TST já julgou ações sobre a relação trabalhista entre a Uber e os motoristas na Terceira, Quarta, Quinta e Oitava Turma. Somente a Terceira proferiu a decisão favorável aos motoristas de app. Esta análise de recurso, contra decisão do Tribunal Regional de Santa Catarina, é a segunda realizada na Quarta Turma e sua votação nova por não reconhecer o vínculo empregatício foi unânime.

Para os ministros, não há “obrigação de uma frequência predeterminada ou mínima” entre o serviço intermediado pela Uber com os motoristas parceiros. A decisão reforça a justificativa de outros julgamentos na qual afirma que o motorista tem ampla autonomia para escolher os dias, horários e forma de trabalho. No uso da plataforma para a realização de corridas, não há metas determinadas pela Uber e o app pode ser desligado quando quiser.

Jurisprudência “final” está longe de chegar

Logotipo da Uber com carro
Uber (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

No início de 2022, a Terceira Turma do TST reconheceu o vínculo trabalhista entre a Uber e os motoristas parceiros. A divergência entre as Turmas do Tribunal dificulta um entendimento final sobre a matéria. Sem uma opinião formada (e uma legislação específica sobre o tema), as decisões em tribunais inferiores acabam mais “livres” e isso gera um ciclo de recursos para o TST.

Por exemplo, ao reconhecer a relação trabalhista entre o app e os motoristas, a Terceira Turma do TST poderia levar influenciar que diversos motoristas entrassem com ações em primeiro grau pedindo o vínculo empregatício, mas com chances de reversão em instâncias superiores.

Já com uma jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, juízes de todo o país terão um norte ao julgar casos idênticos — envolvendo não apenas a Uber, mas outros apps que atuam como intermediário entre trabalhadores e clientes.

A situação está melhor para a Uber, já que mais de 3.000 decisões de Tribunais Regionais e Varas do Trabalho não reconhecem o vínculo de trabalho. Ainda assim, o TST levou a matéria para a Subseção I Especializada em Dissídios Individuais para encerrar a divergência. Com o ano praticamente no fim, a decisão final só deve sair em 2023.

Fonte: tecnoblog


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