quarta-feira, 4 de junho de 2025
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Moraes interrompe depoimento de Freire Gomes: ‘O senhor falseou a verdade’

Moraes
Foto reprodução

Ministro do STF interferiu na fala de general com tom de repreensão e questionamentos diretos

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), interrompeu o depoimento do general Marco Antônio Freire Gomes para repreendê-lo e acusá-lo de possível contradição. A intervenção ocorreu em audiência no dia 19 de maio, mas só nesta terça-feira, 3, a Corte disponibilizou o vídeo.

Freire Gomes foi ouvido como testemunha de acusação na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Na ocasião, Moraes disse que o depoimento do general divergia da versão prestada à Polícia Federal (PF), em 2023.

A crítica do ministro ocorreu depois que Freire Gomes afirmou que não viu “conluio” na postura do almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, durante reuniões no Palácio da Alvorada.

“O almirante Garnier, acho que ele também foi surpreendido por aquilo tudo ali”, disse o general durante o depoimento. “Não me lembro de ele ter dito, ele apenas demonstrou, vamos dizer assim, o respeito ao comandante-chefe das Forças Armadas. Não interpretei como qualquer tipo de conluio.”

Moraes acusa testemunha de “falsear a verdade”

Moraes interrompeu a oitiva e sugeriu que o militar havia mentido em um dos dois depoimentos.

“A testemunha, ela não pode omitir o que sabe”, disse o ministro. “Eu vou aqui dar uma chance à testemunha de falar a verdade. Se mentiu na polícia, tem que dizer que mentiu na polícia. Agora não pode, perante o Supremo Tribunal Federal, falar que não entra, que talvez, que estava focado somente no que eu pensava.”

General Marco Antônio Freire Gomes
General Marco Antônio Freire Gomes | Foto: Romério Cunha/ Exército

Em seguida, o ministro afirmou: “Comandante, ou o senhor falseou a verdade na polícia, ou está falseando a verdade aqui.”

Em resposta, Freire Gomes reafirmou seu relato e disse que não omitiu fatos.

“O almirante Garnier tomou essa postura de ficar com o presidente [Jair Bolsonaro]”, declarou. “Apenas a diferença, ministro Alexandre, é que eu não posso inferir o que ele quis dizer com ‘estar com o presidente’. Foi isso que eu quis dizer. Agora, eu não omiti o dado. Eu sei plenamente que o que eu falei e reafirmo, ele disse que estava com o presidente. Agora, a intenção do que ele quis dizer com isso não me cabe.”

Ministro tem histórico de intervenção em depoimentos

Não é a primeira vez que Moraes pressiona ou contesta declarações de testemunhas durante depoimentos. Em 28 de maio, o ministro rebateu a fala de uma testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Gomes.

Na ocasião, o servidor da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) Rosivan Correia de Souza afirmou que o Comando-Geral da Polícia Militar do DF teria apenas um “vínculo administrativo” com a pasta, não subordinação direta.

“Fui secretário de Segurança”, Moraes rebateu. “Há relação total de subordinação. O secretário de Segurança comanda a Polícia Militar e a Polícia Civil”. A testemunha, porém, manteve o posicionamento, o que irritou o ministro, que disparou: “O secretário da Segurança é uma rainha da Inglaterra aqui?”.


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