Após uma das operações policiais mais intensas do ano no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro, moradores da comunidade passaram a manhã desta quarta-feira (29), procurando e retirando corpos de uma área de mata próxima à Praça São Lucas.

As buscas começaram depois que familiares relataram o desaparecimento de pessoas durante os confrontos que ocorreram ao longo da última segunda e terça-feira.

De acordo com relatos de moradores, pelo menos seis corpos foram encontrados na região, alguns com sinais de tiros.

Sem a presença imediata de autoridades, os próprios residentes improvisaram o transporte das vítimas, levando os corpos em carrinhos e automóveis até pontos de fácil acesso, onde aguardaram a chegada de peritos e agentes da Polícia Civil.

A Polícia Militar informou que a ação na Penha faz parte de uma megaoperação integrada com o objetivo de desarticular o tráfico de drogas e prender criminosos ligados a facções que atuam no complexo e em favelas vizinhas.

Segundo o comando da corporação, o trabalho começou na madrugada de segunda-feira (28) e contou com o apoio de diversas unidades especiais, incluindo o Bope e o Choque.

O número oficial de mortos ainda está sendo atualizado, mas fontes ligadas às forças de segurança apontam que mais de cem pessoas podem ter sido atingidas nos confrontos — entre suspeitos, policiais e civis.

A Secretaria de Segurança Pública informou que todas as mortes serão investigadas e que equipes do Instituto Médico Legal (IML) foram acionadas para realizar as perícias.

Enquanto isso, o clima é de tensão no Complexo da Penha. Moradores denunciam que há desaparecidos e que alguns corpos teriam sido retirados de áreas de difícil acesso sem acompanhamento das autoridades, o que levanta questionamentos sobre a preservação das cenas dos crimes.

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