A investigação aponta que Lima participou da criação e da guarda de arquivos que detalhavam operações clandestinas.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta terça-feira (18/11), o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, das forças especiais do Comando Militar da Amazônia (CMA), por envolvimento em uma trama golpista que incluía planejamento para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras autoridades.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o militar atuou diretamente no chamado “núcleo 3” do esquema, responsável por elaborar e difundir documentos estratégicos que sugeriam ações contra a ordem democrática. A investigação aponta que Lima participou da criação e da guarda de arquivos que detalhavam operações clandestinas, incluindo possíveis ataques a ministros do STF.

Durante buscas da Polícia Federal, foi apreendido um pen-drive com rascunhos de planos intitulados “Desenho Op Luneta” e “Plano Copa 2022”, considerados centrais pela PGR para demonstrar a participação ativa do militar na conspiração. Os documentos descreviam estruturas paralelas de comando, neutralização de autoridades e ações de ruptura institucional.

Por seu papel considerado decisivo no desenvolvimento desses materiais, Hélio Ferreira Lima recebeu a pena mais alta entre os militares denunciados no grupo.

No mesmo julgamento, o ex-general Estevam Theóphilo, também citado na investigação, foi absolvido por falta de provas suficientes que comprovassem sua participação efetiva no plano.

A decisão do STF representa um novo desdobramento no processo que apura as articulações golpistas atribuídas ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, reforçando a responsabilização dos envolvidos na tentativa de romper a ordem constitucional brasileira.