Em um vídeo divulgado nas redes sociais, os cocaleros aparecem cercando o quartel.
Os apoiadores de Evo Morales, ex-presidente da Bolívia, intensificaram os protestos na região de Chapare, em Cochabamba, com a ocupação de um quartel militar e a tomada de 20 soldados como reféns, nesta sexta-feira, dia 1º. A ação foi conduzida pelos cocaleros, um grupo de militantes alinhados a Morales, conhecido como sua “Tropa de Choque”, e é mais um episódio na onda de protestos que já se estende por quase três semanas. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, os cocaleros aparecem cercando o quartel e empunhando paus com pontas afiadas, reforçando o clima de tensão na região.
O Alto Comando das Forças Armadas da Bolívia emitiu um comunicado severo, alertando que a intervenção pode ser séria como traição ao país. “Lembramos que qualquer pessoa que pegue em armas contra a pátria é considerada traição e levante armado contra a segurança e a soberania do Estado”, declarou a instituição. Chapare, área de forte influência de Morales, tornou-se o foco de um conflito crescente entre seus seguidores e as forças militares.
A ocupação e os bloqueios de estradas em Cochabamba refletem o esforço dos cocaleros para pressionar o governo do presidente Luis Arce Catacora a anular os processos judiciais contra Morales. O ex-presidente, que enfrenta por investigações um suposto caso de abuso de menor durante seu mandato, alega que as acusações são infundadas e uma tentativa de desmoralizá-lo. O grupo de apoiadores, entretanto, tem ido além das manifestações tradicionais, adotando cada vez táticas mais radicais para impedir uma possível prisão de Morales e garantir que ele mantenha a influência no cenário político boliviano.
No último domingo, dia 27, Morales também acusou o presidente Arce de envolvimento em uma tentativa de assassinato contra ele, enquanto dirigia seu programa de rádio semanal no Chapare. As declarações acirraram as tensões entre ambos, expondo uma rixa crescente dentro do partido Movimento ao Socialismo (MAS), fundado por Morales e atualmente liderado por Arce.
Enquanto os cocaleros excluem que as acusações contra Morales sejam retiradas, a Bolívia permanece dividida. O governo enfrenta o desafio de equilibrar o Estado de Direito com as pressões políticas internas, evitando uma escalada de violência que ameaça a estabilidade do país.
Veja vídeo
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