A troca dos comandantes das Forças Armadas feita pelo futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, a menos de uma semana da posse do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enfrenta resistências por parte dos militares. De acordo com a Folha de S. Paulo, “o principal entrave está na Marinha”.
“Apesar de interlocutores no Ministério da Defesa dizerem que a troca no comando ocorreria nesta quarta (28) ou quinta-feira (29), auxiliares do comandante da Força, Almir Garnier, afirmam que a realização de uma cerimônia às pressas, antes da posse do petista, não é uma possibilidade”, ressalta a reportagem.
Garnier era um defensor da possibilidade da antecipação da troca de comando, mas teria sido demovido da ideia pelo Alto Comando da Marinha sob a argumentação de que “a medida poderia causar ruídos” e que a iniciativa deveria ser feita após a posse de Lula. Segundo integrantes do governo de transição, ele é o único militar a demonstrar resistência a uma aproximação com interlocutores do futuro governo.
“Mesmo com o entendimento fechado durante a reunião do Conselho de Almirantes, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, apresentou a Múcio as datas de 28 e 29 de dezembro como as previstas para a troca no comando da Marinha. Diante disso, integrantes da alta cúpula da Marinha falam em ‘interferência’ da Defesa”, completa o periódico.
Diante do impasse, a única força que deverá ter sua troca de comando antecipada é o Exército. A data marcada é sexta-feira (30).
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