Moradores exibem imagens de João rendido e conduzido a um beco.

A Avenida Brasil, na Zona Oeste de Manaus, foi bloqueada por manifestantes que contestam a versão da Polícia Militar sobre a morte do jovem João Pedro (JP), 19 anos, ocorrida durante uma operação da Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), na terça-feira (28), no Vila da Prata.

Segundo a PM, João Paulo teria morrido em confronto armado, após a equipe ser recebida a tiros durante ação de combate ao tráfico de drogas. Vídeos gravados por moradores, porém, mostram o jovem rendido e revistado, sem oferecer resistência, o que levanta dúvidas sobre a dinâmica da ocorrência. Nas imagens, ele aparece sem camisa e com as mãos na cabeça, sendo abordado por um agente da Rocam. Em seguida, é conduzido a um beco estreito enquanto outros policiais acompanham. Pouco depois, os PMs retornam carregando um corpo enrolado em um lençol, fato que gerou comoção entre familiares e vizinhos.

A advogada da família, Taiane Costa, afirma que a versão oficial não condiz com o que os vídeos registram. “A gente luta para que nossa versão seja ouvida. A família está lutando para ser ouvida. A mídia divulga que houve confronto, mas não foi confronto, ele foi executado pelos policiais”, declarou.

Taiane também relatou dificuldades para registrar Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), junto aos familiares, com o objetivo de formalizar a denúncia e solicitar investigação independente sobre a conduta dos agentes. O caso foi inicialmente registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP). As manifestações na Avenida Brasil provocaram interdição da via e lentidão no trânsito até a atuação das forças de segurança.