A gravação, foi feita em agosto nos bastidores de uma filmagem do Domingão com Huck.

O apresentador Luciano Huck se pronunciou após a repercussão negativa de um vídeo em que aparece pedindo para indígenas esconderem celulares e roupas “comuns” antes de uma foto durante visita à aldeia Kuikuro, no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. A gravação, feita em agosto nos bastidores de uma filmagem do Domingão com Huck, viralizou nas redes sociais e gerou críticas sobre possível tentativa de “embelezar” a cena às custas de uma representação idealizada dos povos originários.

Nas imagens, Huck aparece conversando com moradores da aldeia enquanto a equipe de gravação organiza o cenário. No registro, ele orienta que os celulares sejam retirados da composição. “É o seguinte: a gente está cheio de câmera. Quanto mais celular de vocês aparece, acho que menos é a cultura de vocês. Quanto mais a gente conseguir preservar as nossas cenas sem celular. Porque assim, quando aparece vocês de celular, acho que mexe na cultura original. Quando tiver gravando, se vocês puderem ‘segurar’ o celular, quem tiver que ver, valoriza mais vocês. Se puder falar isso para o povo, é bom”, afirmou durante a gravação no Xingu.

O pedido rapidamente gerou reação na internet. Diante da repercussão negativa, Huck divulgou nota explicando sua versão dos fatos e negando qualquer conteúdo discriminatório ou tentativa de impor restrições culturais.

Segundo o apresentador, o momento registrado no vídeo foi apenas um ajuste técnico relacionado à produção do programa. Em nota enviada à imprensa, ele afirmou que “não se tratou de impor qualquer tipo de limitação cultural ou de consumo” e que a orientação foi apenas uma “decisão de direção de arte, um ajuste pontual dentro do contexto de um set de filmagem”.

Huck também reforçou que sua relação com povos indígenas é antiga e baseada em respeito. “Minha relação com as comunidades indígenas no Brasil atravessa décadas. Sou, e sempre serei, defensor dos povos originários, de sua cultura, de sua territorialidade e de sua preservação. Dos Zo’é aos Yanomami, estive pessoalmente em dezenas de terras indígenas ao longo da minha trajetória. Eu conheço de perto essa realidade; não foi alguém que me contou”, declarou.

O apresentador destacou que defende que os próprios povos indígenas devem decidir seus modos de vida, tradições e caminhos futuros. Para ele, a polêmica decorre de um registro feito fora do contexto total da gravação. “Sobre a imagem em questão, registrada nos bastidores de uma gravação, é importante esclarecer: não se tratou de impor qualquer tipo de limitação cultural ou de consumo. Foi apenas uma decisão de direção de arte, um ajuste pontual dentro do contexto de um set de filmagem, nada além disso.”