O episódio ocorrido em Manaus faz parte de uma tendência crescente impulsionada por influenciadores digitais.

Nessa sexta-feira (13), um grupo de jovens invadiu uma loja da rede Havan, localizada na zona norte de Manaus, para realizar confrontos com armas de gel, um fenômeno recente que ganhou grande repercussão nas redes sociais. A ação, que inicialmente pode parecer uma brincadeira inofensiva, tem levantado preocupações entre autoridades devido à semelhança desses equipamentos com armas de fogo reais.

O episódio ocorrido em Manaus faz parte de uma tendência crescente impulsionada por influenciadores digitais, como Nino Abravanel e Buzeira, que nas últimas semanas publicaram vídeos mostrando batalhas com armas de gel. Esses conteúdos rapidamente viralizaram, atraindo principalmente o público jovem. As armas, que funcionam com eletricidade, são capazes de disparar até 300 pequenas bolas de gel por minuto e imitam modelos de grosso calibre, como rifles AK-47 e pistolas automáticas. Devido ao seu design, esses objetos podem facilmente ser confundidos com armamentos reais, gerando pânico e colocando os envolvidos em situações de risco.

O sargento Alisson Carvalho, da Polícia Militar do Amazonas, foi uma das vozes que se pronunciou sobre o assunto. Em um vídeo postado nas redes sociais, o policial alertou sobre os riscos envolvidos no uso desses armamentos, destacando a possibilidade de que, em situações de emergência, as autoridades podem não ser capazes de distinguir as armas de gel das armas de fogo reais.

“Estamos observando que aqui na cidade diversos jovens estão adquirindo esses armamentos que disparam bolinhas de gel em forma de brincadeira, entretanto, você está correndo sério risco de vida”, disse o sargento. Ele ressaltou que a PM combate o crime organizado diariamente, retirando de circulação armas de fogo verdadeiras, e que, caso as armas de gel sejam confundidas, as consequências podem ser trágicas. “Enquanto você não tiver consciência que esse armamento pode ser muito bem confundido com uma arma de fogo de verdade, você corre risco de vida”, completou.

Além disso, o sargento também chamou a atenção para o comportamento perigoso de alguns grupos que têm utilizado as armas de gel para realizar disparos aleatórios em pedestres e em motocicletas. De acordo com relatos, os jovens se reúnem em “rolezinhos” e, em alguns casos, as ações têm sido registradas de maneira maliciosa, gerando ainda mais preocupação entre as autoridades.