A informação foi revelada pela jornalista Mary Anastasia O’Grady, em artigo publicado no The Wall Street Journal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem atuado diretamente, ao lado de China e Cuba, para influenciar a eleição desta sexta-feira (27) na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão ligado à Organização dos Estados Americanos (OEA). A informação foi revelada pela jornalista Mary Anastasia O’Grady, em artigo publicado no The Wall Street Journal, que denuncia uma tentativa de manutenção do domínio progressista sobre o sistema interamericano.
Três das sete cadeiras da CIDH estarão em disputa, e o resultado pode alterar o rumo da atuação do órgão nos próximos anos. Para a jornalista, Lula, aliado histórico de Havana e admirador confesso de Fidel Castro, trabalha para impedir a eleição de candidatos conservadores, como a ativista cubana Rosa María Payá e o jurista colombiano Carlos Bernal Pulido. A movimentação seria parte de uma estratégia maior para consolidar a hegemonia ideológica da esquerda latino-americana nas instituições regionais.
O cenário atual é considerado crítico por analistas políticos. A OEA, apesar de ter quase metade de seu orçamento financiado pelos Estados Unidos, viu recentemente o cargo de secretário-geral ser ocupado por um nome alinhado a Pequim e Brasília, sem oposição firme do governo americano. Agora, com Donald Trump novamente no comando da política externa e o senador Marco Rubio à frente do Departamento de Estado, Washington tenta reagir na votação da CIDH.
Entre os nomes apoiados por esse campo estão Rosa María Payá, filha do dissidente cubano Oswaldo Payá, morto em 2012 em um atentado atribuído ao regime castrista, e Carlos Bernal Pulido, que busca reeleição com apoio do Peru. Ambos prometem priorizar temas como defesa da democracia, liberdade de expressão e soberania nacional. No entanto, enfrentam resistência intensa dos aliados da esquerda, que, segundo bastidores diplomáticos, contam com articulação direta do governo Lula.
Se os candidatos apoiados pela esquerda saírem vitoriosos, a CIDH deverá manter sua linha de atuação progressista, com foco em pautas como ideologia de gênero, legalização do aborto e ambientalismo. Críticos acusam a comissão de agir com parcialidade ideológica, ignorando violações em regimes autoritários aliados e sendo excessivamente rigorosa com democracias que enfrentam protestos violentos, como Colômbia e Peru.
Exemplos recentes reforçam essas críticas. Em 2019, a CIDH classificou os atos de vandalismo no Chile como resposta a “desigualdades históricas”, minimizando a gravidade da destruição promovida por grupos radicais. Já quando forças de segurança de países democráticos atuam contra protestos violentos, o órgão tem se posicionado de forma acusatória, sem considerar a ameaça institucional.
A eleição desta sexta é vista como um termômetro geopolítico. Representa não apenas uma disputa por cadeiras, mas o embate entre dois projetos de continente: um, representado por regimes autoritários e seus aliados ideológicos; outro, pelos países que defendem a democracia representativa e os direitos individuais dentro do respeito à soberania nacional.
Para o governo dos Estados Unidos, trata-se de uma oportunidade de reverter a perda de espaço nas instituições internacionais. O desafio de Marco Rubio será demonstrar força diplomática e mobilizar os países membros em apoio a nomes que possam frear o avanço da influência sino-cubana — agora reforçada pelo Brasil.
Analistas apontam que, caso Rosa María Payá ou Carlos Bernal consigam se eleger, a CIDH poderá passar por uma reorientação, retornando a um papel mais técnico e menos político. Por outro lado, uma nova vitória da esquerda manterá a atual linha de atuação, vista por muitos como seletiva, ideológica e distante da realidade democrática da região.
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