Decisão ocorre depois de falta de resposta do Itamaraty à indicação de embaixador
O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou, nesta segunda-feira, 25, que vai “rebaixar” as relações com o Brasil. A medida ocorreu depois de o Itamaraty não responder à indicação do diplomata Gali Dagan para a embaixada em Brasília.
Israel submeteu o nome de Dagan em janeiro. Para assumir o cargo, era necessária a concessão de “agrément”, autorização formal dada pelo país que recebe o embaixador. O Brasil não negou oficialmente o pedido, mas também não deu resposta, o que é entendido na diplomacia como recusa.
Com isso, Israel retirou a indicação e afirmou que não apresentará outro nome. Em comunicado, declarou que as relações com o Brasil serão conduzidas “em um patamar inferior” diplomaticamente.
“Depois de o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior”, disse o ministério, segundo o jornal The Times of Israel.
Decisão é resposta à ‘humilhação’ de diplomata brasileiro
O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Celso Amorim afirmou que não houve veto ao nome de Dagan. Ele disse, no entanto, que a decisão brasileira de ignorar a indicação foi uma resposta à forma como Israel tratou o ex-embaixador Frederico Meyer em Tel Aviv.

“Não houve veto”, afirmou Amorim. “Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Simplesmente não demos. Eles entenderam e desistiram. Eles humilharam nosso embaixador lá, uma humilhação pública. Depois daquilo, o que eles queriam?”
Na ocasião, o chanceler israelense Israel Katz levou Meyer ao Museu do Holocausto. Diplomatas brasileiros consideraram o ato uma tentativa de “humilhar” o representante e, por extensão, o próprio país. Então, o Itamaraty retirou Meyer de Tel Aviv em maio de 2024 e não enviou outro nome ao governo israelense.
Críticas de Lula e resposta de Israel pioram atrito
“Digo e repito: nós queremos ter uma boa relação com Israel”, continuou Amorim, acusando o presidente Benjamin Netanyahu de cometer genocídio em Gaza. “Mas não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma coisa absurda o que está acontecendo lá. Nós não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo, que é uma barbaridade.”
Israel afirmou que considera o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “persona non grata” desde fevereiro de 2024. “A linha crítica e hostil que o Brasil demonstra em relação a Israel desde 7 de outubro se intensificou a partir do momento em que o presidente Lula comparou as ações de Israel às dos nazistas”, diz ainda o comunicado.
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