Registro de voo humano com asa acoplada nas costas foi feito após meses de testes; ação teve apoio da companhia aérea Emirates
O vídeo em que dois homens “passeiam” ao lado do maior avião do mundo, o Airbus 380, chamou a atenção das redes sociais nos últimos dias. A gravação, de cerca de um minuto, foi feita em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e gerou uma dúvida entre os usuários: eles poderiam ter sido “sugados” pela aeronave?
Especialista em aviação, Lito Sousa respondeu: não. Isso porque, de acordo com ele, a esteira de turbulência é perigosa para quem está abaixo ou atrás das asas. Se a pessoa estiver acima ou ao lado, como é o caso do vídeo, “não sofre os efeitos da esteira”.
Lito explicou, em vídeo publicado no canal do YouTube “Aviões e Músicas”, o contexto em que a gravação foi feita. Apesar de ter repercutido agora, o voo ocorreu em 2015 e, na época, o preparo em relação à segurança durou três meses — e teve apoio da companhia aérea Emirates, que divulgou os bastidores do processo.
Para fazer o registro, a empresa convidou Vince Reffet (1984-2020) e Yves Rossy, 63, um piloto suíço. Este último ficou conhecido por ser a primeira pessoa a conseguir sustentar um voo humano usando a asa com jato fixo acoplada nas costas. Hoje, pessoas que fazem o mesmo tipo de atividade são chamadas de Jetman (homem-jato, em português).
— Venho de um histórico de pilotagem de aeronaves comerciais e sempre foi um sonho voar sem as restrições de estar dentro de uma cabine de piloto — disse Rossy. — Foi surreal voar ao lado da maior aeronave que existe. Nos sentimos como mosquitos ao lado de uma águia gigantesca.
Rossy, que também é engenheiro, desenvolveu o equipamento em 2006 na tentativa de concretizar um sonho: voar da forma mais natural possível. Em 2008, 99 anos após a primeira travessia aérea do Canal da Mancha, ele realizou o mesmo feito com sua asa a jato. Na ocasião, o desempenho do suíço foi transmitido ao vivo para 165 países.
Voo controlado
Quando o vídeo de Yves em voo ao lado do A380 foi publicado, em 2015, a Emirates explicou que o avião voou a uma “altitude conservadora de 4 mil pés (cerca de 12 metros) acima do nível do mar”. Anunciou, também, que a ação foi feita “longe dos fluxos de tráfego de chegada e partida dos aeroportos de Dubai”.
Além disso, Yves foi lançado de um helicóptero “bem acima da altitude do voo”, e “toda a atividade foi protegida dentro de uma Área Temporária Restrita e controlada”. Vice-presidente executivo da Emirates, Adel Al Redha afirmou que, há pouco mais de 100 anos, isso “pareceria um sonho impossível”.
— Isso mostra o quão longe a visão e a ambição humana foram e podem continuar a ultrapassar os limites da aviação. Um voo de formação espetacular como este não tem precedentes — destacou Al Redha, que também é diretor de operações da empresa.
Compartilhe:
- Clique para compartilhar no X(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Mastodon(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Reddit(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
Descubra mais sobre Manaustime
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.