domingo, 22 de dezembro de 2024
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Grupo islâmico da Turquia é investigado por tráfico humano de crianças e adolescentes indígenas do Amazonas

Foto reprodução

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados realizou uma audiência pública para discutir o caso de emigração de crianças e adolescentes indígenas do Amazonas para a Turquia. A Associação Humanitária Solidária do Amazonas, criada por um turco chamado Abdulhakim Tokdemir em 2019, é responsável por levar os jovens do município de São Gabriel da Cachoeira para Manaus, com o pretexto de apresentar a cultura e a religião islâmicas.

A diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Lúcia Alberta, alertou sobre a forma como os pais e responsáveis são convencidos a autorizar a ida de jovens indígenas pela instituição. A visita técnica realizada pela Funai em setembro de 2022 revelou que os jovens indígenas recebiam uma alimentação deficitária, sem proteínas, e não podiam sair da instituição fora do horário escolar. Eles só eram autorizados a usar o celular às sextas e aos sábados.

O deputado Amom Mandel (Cidadania-AM) cobrou ações de combate ao tráfico humano na região Norte. Ele relatou que, embora os integrantes dos órgãos responsáveis se dediquem, há apenas um juiz no município de São Gabriel da Cachoeira, três ou quatro policiais e um pelotão especial de fronteira que tem dificuldades em receber suprimentos, por conta da dificuldade de logística.

A delegada da Polícia Federal no Amazonas, Letícia Prado, afirmou que as investigações sobre o caso envolvendo os jovens indígenas de São Gabriel da Cachoeira ainda estão em andamento. Ela informou que seis brasileiros estão na Turquia, mas nem todos são indígenas. Em fevereiro deste ano, 14 jovens e uma criança foram retirados da Associação Humanitária Solidária do Amazonas em Manaus e devolvidos para as famílias em São Gabriel da Cachoeira.

A emigração de crianças e adolescentes indígenas do Amazonas para a Turquia é um caso de tráfico de pessoas que chocou o país. As autoridades brasileiras, as entidades e as instituições têm se omitido para resolver o problema há décadas. É preciso tomar medidas enérgicas para combater o tráfico humano e garantir a proteção dos jovens indígenas, que estão sendo retirados de suas famílias e comunidades para serem expostos a condições precárias em outro país. A Funai garantiu que acompanhará o retorno dos jovens ao convívio familiar e desenvolverá políticas públicas em parceria com outros órgãos, como os ministérios da Educação e do Esporte.

*Com informações cm7brasil


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