Valor parcial de 2025 já ultrapassa o dobro do ano anterior
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva desembolsou mais de R$ 120 milhões em publicidade nas principais empresas de tecnologia em 2025, segundo dados do Sistema de Comunicação de Governo do Poder Executivo Federal apurados pelo portal Poder360. O valor representa um aumento de 130% em relação a 2024, quando foram gastos cerca de R$ 50 milhões.
Os dados mostram que os gastos federais caíram em todos os meios quando comparados aos anos anteriores do terceiro mandato de Lula, exceto na internet. Alphabet e Meta concentraram a maior parte dos recursos: o buscador, proprietário do Google Ads e YouTube, recebeu R$ 55 milhões; o conglomerado de Mark Zuckerberg, dono de Facebook e Instagram, ficou com R$ 44 milhões. Juntas, as duas companhias responderam por quase 80% do total investido em anúncios digitais pelo Palácio do Planalto.
Ao longo do ano, o governo intensificou campanhas para divulgar políticas públicas e ações do Executivo, como a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Conteúdos sobre segurança pública foram responsáveis por cerca de R$ 1 milhão, metade desse valor depois da megaoperação policial no Rio de Janeiro, em outubro. Houve ainda mais de R$ 700 mil em conteúdos sobre a COP30, realizada em novembro, em Belém.
O aplicativo chinês Kwai foi a terceira plataforma que mais recebeu recursos, com R$ 15 milhões, seguido pelo conterrâneo TikTok, com R$ 9 milhões. Pinterest e LinkedIn receberam R$ 1 milhão cada.
Governo Lula ignora X em gastos de publicidade
A rede social X, de Elon Musk, não recebeu recursos de publicidade em 2025. Em anos anteriores, havia sido contemplada com R$ 15 milhões em 2019 e R$ 9 milhões em 2023. A mudança de rota ocorreu em meio a tensões entre o empresário e o governo brasileiro; a plataforma chegou a ser suspensa temporariamente no país por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Em agosto de 2024, o ministro Alexandre de Moraes determinou a derrubada “imediata, completa e integral” do X em território nacional. A decisão foi válida até que todas as ordens judiciais relacionadas à plataforma fossem cumpridas pela empresa.
A suspensão foi determinada depois de o X não indicar, no prazo estipulado de 24 horas, um representante legal no Brasil. Em nota, a plataforma afirmou que não atenderia a “ordens ilegais para censurar opositores políticos” e disse que publicaria “todas as exigências ilegais e documentos judiciais” relacionados ao caso.
O bloqueio foi encerrado com nova decisão de Moraes, que autorizou o retorno das atividades do X no Brasil em outubro de 2024. A liberação ocorreu depois que a empresa comprovou a nomeação de um representante legal no país, o bloqueio de perfis que supostamente disseminavam informações falsas e o pagamento de R$ 28 milhões em multas.
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