A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, foi avisada que a medida não influiria nas eleições, já que viria só depois do término do 2º turno
Está praticamente certa a volta do horário de verão em novembro. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda busca mais fórmulas para economizar energia. Mas a avaliação de auxiliares do presidente é de que a medida tem menos impacto inflacionário e nenhum efeito colateral.
O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) se encontrou na 2ª feira (30.set.2024) com a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, para avisar que a implementação da medida não afetaria as eleições –os eventuais segundos turnos são em 27 de outubro.
Nesta semana, Silveira terá reuniões com representantes de empresas aéreas, comércio e indústria. As aéreas têm dificuldade para fazer todas as alterações necessárias para coordenar as escalas de voos com conexões.
A ideia é anunciar a medida na semana que vem. Só que o governo tem receio de que a mudança prejudique candidatos aliados à gestão do presidente Lula. Um eventual adiamento do anúncio não está descartado.
O MME diz que o horário de verão reduz o uso de energia no horário de pico. Estima economizar R$ 400 milhões e influenciar positivamente no crescimento do PIB.
A possibilidade de volta do horário de verão por causa da seca foi antecipada pelo Poder360 em 11 de setembro. Em entrevista a este jornal digital, Silveira disse que o país enfrenta a pior estiagem dos últimos 94 anos e, por isso, nenhuma possibilidade pode ser descartada –incluindo o horário de verão.
Na ocasião, o ministro afirmou que, quando há risco de faltar energia, o horário de verão é 100% necessário, mas que o cenário atual não é esse. Por isso, o acionamento do mecanismo dependeria de uma conjugação de fatores. Ele avaliou que isso poderia ajudar a aliviar o sistema, diluindo o pico de consumo no início da noite, quando a fonte solar deixa de gerar.
“Quando se utiliza o horário de verão, dilui essa demanda e a necessidade do despacho de térmicas. Quando são liberadas do trabalho, as pessoas aproveitam mais o comércio, a praia e outras atividades com a luz do dia. Há um ganho no custo energético. E há também uma ampliação na segurança energética porque reserva mais capacidade térmica para utilizar em outros eventos”, disse Silveira.
O horário especial foi criado em 1931, no governo de Getúlio Vargas (1882-1954). Voltou de forma perene em 1985, na gestão José Sarney, depois de ficar anos sem ser adotado. Está suspenso desde 2019 por decisão do governo Jair Bolsonaro (PL).
O mecanismo é cercado de controvérsias, tanto na opinião popular como na de especialistas sobre sua eficácia em auxiliar o sistema elétrico. Analistas do setor dizem que o horário especial não mais tem razão de existir atualmente por não trazer mais proteção ao sistema, motivo pelo qual foi criado, nem mesmo redução no consumo de energia.
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