Há também ameaças de tumultos durante as celebrações pelos 155 anos de Humaitá, que acontecem entre os dias 13 e 15 de maio.

A tensão aumentou na região de Humaitá, sul do Amazonas, após o início de uma nova operação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ibama contra o garimpo ilegal no rio Madeira. Garimpeiros que atuam na extração clandestina de ouro têm trocado mensagens em grupos de WhatsApp incitando motins, ameaças de confronto armado e ações violentas contra agentes públicos.

De acordo com áudios e textos obtidos pela Folha de S.Paulo, alguns garimpeiros propõem reunir grupos armados para impedir a destruição das balsas e dragas utilizadas na atividade ilegal. Em um dos áudios, é possível ouvir uma explosão ao fundo, enquanto um homem orienta outros a “meter bala” nos agentes e a bloquear o acesso ao rio Beem.

Há também ameaças de tumultos durante as celebrações pelos 155 anos de Humaitá, que acontecem entre os dias 13 e 15 de maio. Segundo os áudios, os garimpeiros planejam se concentrar na praça central da cidade para confrontar os agentes federais, caso as operações avancem.

Essa não é a primeira vez que a região registra tensão entre garimpeiros e forças de segurança. Em agosto de 2023, houve confronto direto no centro da cidade, com rojões sendo lançados contra a PF após a destruição de dezenas de balsas ilegais. Na ocasião, 14 pessoas foram presas.

A extração ilegal de ouro no Madeira envolve o uso de dragas que revolvem o leito do rio, utilizando mercúrio — altamente tóxico — para separar o ouro das impurezas. Esse processo contamina a água, os peixes e ameaça toda a biodiversidade aquática da região.

Até o momento, a Polícia Federal preferiu não se pronunciar sobre os recentes episódios, e o Ibama não respondeu aos questionamentos da imprensa.