A Polícia Federal, em uma operação conjunta com o Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira, a FUNAI e a Universidade de Brasília, lançou a Operação “DNA do Ouro” entre os dias 4 e 6 de setembro. O objetivo principal dessa iniciativa foi coletar amostras para determinar a assinatura geoquímica do ouro na Terra Indígena Yanomami e avaliar os níveis de contaminação por mercúrio causados pelas atividades ilegais de garimpo recentes, tanto na população indígena quanto em seu ambiente natural.
A operação faz parte do Programa Ouro Alvo, que visa estabelecer um sistema de certificação de origem para fortalecer o controle sobre o ouro ilegal apreendido pela Polícia Federal e pelas Forças Armadas. Isso envolve o uso de parâmetros como morfologia, mineralogia, composição química e isotópica para rastrear o ouro.
A investigação também revelou que pelo menos dois ex-militares da Força Aérea Brasileira são suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa envolvida na exploração de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. Eles foram identificados como Marcos Denes de Santos Souza e Marcio Jose Muller.
A operação Buruburu, conduzida pela PF, visa desmantelar esse esquema de logística e financiamento do garimpo ilegal na área de preservação. Além dos ex-militares, um membro da facção criminosa PCC também particiou desse grupo.
No total, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e 19 mandados com medidas cautelares expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal em Roraima. Além disso, a Justiça bloqueou cerca de R$ 300 milhões dos investigados. Estima-se que o grupo causou R$ 1,2 bilhão em impactos socioambientais e extraiu quase R$ 700 milhões em ouro ilegal da terra indígena.
O juiz federal Victor Oliveira de Queiroz, de Boa Vista (RR), afirmou que “os autores investigados fazem parte de uma organização criminosa e cada um tem seu papel dentro dessa engrenagem criada para extrair ilegalmente minérios da Terra Indígena Yanomami”.
A investigação também aponta que o grupo era comandado por um empresário que possui várias aeronaves e está ligado a cooperativas de mineração e agropecuária. Ele teria usado as autorizações da Agência Nacional de Mineração para legitimar o ouro ilegal retirado da terra indígena.
Segundo a PF, o grupo era dividido em quatro núcleos: financiamento, esquentamento do minério, pilotos e mecânicos envolvidos no transporte do minério. Marcio Jose Muller, um dos ex-militares, coordenava a logística aérea do grupo e alertava os garimpeiros sobre operações de fiscalização. Seu irmão também foi considerado parte do grupo e ambos tiveram prisão preventiva decretada.
Além disso, outro ex-militar, Marcos Denes de Santos Souza, fazia parte do núcleo de mecânicos do grupo e levava peças de reposição para as aeronaves utilizadas no garimpo ilegal na terra Yanomami. O suposto membro do PCC era um dos líderes desse núcleo. A investigação revelou que as aeronaves utilizadas no garimpo também estavam envolvidas em outros crimes, como tráfico de drogas.
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