Esta é a maior apreensão de cocaína nos últimos dez anos. A operação aconteceu na madrugada de sexta-feira (25) para sábado (26) próximo ao município de Beruri

Aproximadamente duas toneladas de drogas (entre cocaína e maconha), sete fuzis de grosso calibre, munições, coletes balísticos e uma lancha, foram apreendidos no Rio Solimões, na comunidade do Pupunha, próximo ao município de Beruri (a 73 quilômetros de Manaus).

A ação foi desencadeada após a equipe do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) iniciar uma investigação em torno de uma organização criminosa especializada em transportar drogas da fronteira para Manaus e demais estados do Brasil.

A operação

As investigações apontaram que, na madrugada de sexta-feira (25) para sábado (26), os criminosos estariam chegando na comunidade do Pupunha, no Rio Solimões, com grande carregamento de drogas.

Diante disso, foi solicitado apoio tático da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) e da Delegacia Fluvial (Deflu), para ser realizada a abordagem. As equipes foram ao local e se posicionaram estrategicamente, em seguida avistaram a lancha em que estavam seis suspeitos.

‘Armados para guerra’

Ao se aproximarem, a equipe policial deu sinal de parada com sirene, giroflex e verbalmente. No entanto, os comandos não foram obedecidos e os criminosos começaram a efetuar diversos disparos com armas de grosso calibre contra os policiais, que revidaram.

A lancha dos indivíduos foi neutralizada, e ao perceberem que estavam perdendo o confronto, caíram na água e fugiram. As buscas continuaram no local, mas os criminosos não foram localizados.

O delegado Juan Valério, coordenador da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM), ressaltou que os criminosos estavam armados e dispostos em “proteger” o material ilícito. Além dos fuzis de guerra, os traficantes utilizavam 10 placas de 10 milímetros de espessura de aço para proteger dos disparos dos policiais.”Tivemos quase cinco minutos de confronto. Eles não confrontaram para fugir e sim para manter a droga e abater os policiais. Eles adaptaram a lancha com placas de mais de 10 milímetros de aço. São verdadeiros escudos balísticos. Cada placa pesa em torno de 30 quilos, eram aproximadamente dez placas”, acrescentou.

Apreensão histórica

Durante revista na embarcação, foram encontrados diversos sacos de fibra, contendo 1,5 tonelada de cocaína e 240 quilos de maconha. Além de sete fuzis de grosso calibre, diversas munições, coletes balísticos e celulares.

Segundo o general Carlos Alberto Mansur, titular da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), a operação deixou um prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões para o narcotráfico.

Além disso, Mansur destacou que a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) devem receber uma embarcação blindada cada.”Foi a maior apreensão de drogas de cocaína que tivemos nos últimos dez anos. Um prejuízo ao crime de mais de R$ 100 milhões. Foi um trabalho de investigação de longo prazo. Estávamos empregando embarcações blindadas para essa operação. A gente vê a importância do enfrentamento ao crime com esse tipo de embarcação. Estamos a receber mais duas embarcações blindadas, uma para a polícia civil e a outra a polícia militar. Vão trazer mais seguranças para nossos operadores”, anunciou o titular da SSP-AM.

Procedimentos

Conforme o delegado Paulo Benelli, adjunto do DRCO, um Inquérito Policial (IP) será instaurado para os crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e organização criminosa. As investigações também irão ficar na identificação dos suspeitos e para saber para onde a droga seria enviada.”Essa apreensão e armas e drogas vai ser aberto um inquérito policial que vai apurar as circunstâncias que essa droga veio e tentar identificar quem eram os tripulantes da embarcação e para quem eles estavam trazendo aqui em Manaus. A investigação ocorre sob sigilo. Vamos apurar o crime de tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo de uso irrestrito e constituição de organização criminosa”, finalizou Benalli.