Maduro aparece sendo condecorado por apoiadores com uma medalha até então desconhecida.

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, protagonizou mais um episódio de autopromoção política ao inventar um prêmio nos moldes do Nobel da Paz e se autoproclamar “Arquiteto da Paz”. A encenação foi registrada em vídeo divulgado nesta sexta-feira (19), durante um evento da Sociedade Bolivariana da Venezuela, e ocorreu poucos dias após a líder da oposição, María Corina Machado, receber reconhecimento internacional na Noruega.

Nas imagens, Maduro aparece sendo condecorado por apoiadores com uma medalha até então desconhecida, apresentada como um prêmio concedido “por unanimidade”. Em tom solene, o ditador afirma que a paz será seu “porto, glória e desejo”, classificando a honraria como um compromisso pessoal com a estabilidade regional e global.

Durante a cerimônia, uma das participantes chega a declarar que Maduro seria responsável pela “paz da Venezuela, da América Latina e do mundo inteiro”, discurso que contrasta com a realidade do país. O regime comandado por Maduro é internacionalmente criticado por autoritarismo, concentração de poder, repressão sistemática à oposição, denúncias de prisões arbitrárias, tortura e controle rígido da imprensa e das instituições democráticas.

A divulgação do vídeo ocorre em um momento de forte pressão externa. Os Estados Unidos intensificaram o cerco diplomático e econômico ao governo venezuelano. Em entrevista concedida nesta sexta-feira, o presidente norte-americano Donald Trump afirmou que não descarta a possibilidade de um conflito armado com a Venezuela, elevando o tom das tensões entre os dois países.

Dias antes, Trump anunciou que a Venezuela estaria “completamente cercada” e determinou o bloqueio total de petroleiros que entram e saem do país, como parte de um pacote de sanções econômicas direcionadas ao setor energético, principal fonte de receita do regime chavista.

Analistas avaliam que a criação do prêmio e a encenação pública funcionam como uma tentativa de resposta simbólica às pressões internacionais e ao fortalecimento da oposição no exterior. Enquanto Maduro busca construir uma narrativa de pacificador, a crise política, econômica e humanitária na Venezuela segue sem sinais concretos de solução.