segunda-feira, 8 de julho de 2024
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Dengue: Amazonas tem o crescimento de 366% da doença em 2024; veja ranking

Dengue
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País vive aumento de 252% nos casos da arbovirose no início deste ano; em lugares como Rio Grande do Sul, porém, crescimento chega a 2.825%

O Brasil vive uma alta de dengue que já levou ao menos dois estados – Minas Gerais e Acre – e o Distrito Federal a decretarem situação de emergência pela doença. Os números chamam a atenção uma vez que o país já vivia um cenário de crescimento nos últimos dois anos, tendo ultrapassado mil mortes pela primeira vez em 2022 e superado esse recorde no ano seguinte.

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), compilados pelo Ministério da Saúde no Painel de Monitoramento das Arboviroses e consultados na manhã desta quarta-feira, foram 232.990 casos identificados no país nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, período que foi até o último dia 27. Enquanto isso, no mesmo período em 2023 foram registrados 65.366, o que revela um crescimento nacional de 252% da doença.

O cenário, porém, não é o mesmo em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Levantamento do GLOBO baseado nos dados do painel mostram que o local que apresenta o maior aumento de dengue em 2024 é o Rio Grande do Sul, onde chega a ser de 2.825%.

Na sequência, estão os outros dois estados da região Sul: Santa Catarina, com uma alta de 1.668%, e Paraná, com 1.302%. Em média, a região vive um aumento de 1.400% dos casos de dengue, o maior entre as cinco do Brasil. A doença não era tão comum nesses estados devido às baixas temperaturas, mas tem avançado nos últimos anos.

Depois de RS, SC e PR, completam a lista dos 10 estados com maior alta de dengue em 2024 o Rio de Janeiro, com 1.130%; o Distrito Federal, com 1.032%, o Amapá, com 493%; Roraima, com 488%; Minas Gerais, com 390%; Amazonas, com 366% e Acre, com 355% mais diagnósticos do que no ano passado.

Confira o ranking completo:

RS lidera alta da dengue com crescimento de 2.825%

EstadoCasos em janeiro de 2023Casos em janeiro de 2024Crescimento
Rio Grande Do Sul832.4282.825%
Santa Catarina3205.6571.668%
Paraná2.07929.1481.302%
Rio De Janeiro1.37516.9111.130%
Distrito Federal2.69130.4561.032%
Amapá71421493%
Roraima847488%
Minas Gerais15.11674.135390%
Amazonas7973.711366%
Acre5862.669355%
São Paulo13.38137.552181%
Goiás6.30913.461113%
Pernambuco32552261%
Tocantins39261557%
Sergipe18326947%
Rio Grande Do Norte46063538%
Pará7307807%
Piauí2923003%
Espírito Santo7.3716.055-18%
Ceará670534-20%
Mato Grosso2.2681.758-22%
Paraíba413319-23%
Bahia3.3702.570-24%
Alagoas180126-30%
Mato Grosso Do Sul2.5381.507-41%
Maranhão394121-69%
Rondônia2.964283-90%
Brasil65.366232.990256%
Sul2.48237.2331.400%
Sudeste37.243134.653262%
Centro-Oeste13.80647.182242%
Norte5.5488.52654%
Nordeste6.2875.396-14%

Fonte: Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, consultados no dia 31/01/2024.

Entre as regiões, depois da Sul a que teve o crescimento mais expressivo foi a Sudeste, de 262%. Em seguida, veio a Centro-Oeste, com 242% mais casos, e a Norte, com uma alta de 54%. Já a região Nordeste é a única que, na contramão, identificou uma queda da dengue, de 14%, em relação a 2023.

Já em termos de incidência, ou seja, os estados mais afetados por terem a maior proporção de casos por mil habitantes, quem lidera a lista é Brasília com 1.081,1 infecções a cada 100 mil pessoas. Depois, está MG, com 361; Acre, com 321,6; Paraná, com 254,7; Goiás, com 190,8; Espírito Santo, com 158; Rio de Janeiro, com 105,3; Amazonas, com 94,2; São Paulo, com 84,5, e Santa Catarina, com 74,3.

Brasília sofre com maior proporção de casos por 100 mil habitantes

EstadoIncidênciaCasos em 2024
Distrito Federal1081,130.456
Goiás190,813.461
Minas Gerais36174.135
Acre321,62.669
Paraná254,729.148
Espírito Santo1586.055
Rio de Janeiro105,316.911
Amazonas94,23.711
São Paulo84,537.552
Santa Catarina74,35.657
Amapá57,4421
Mato Grosso do Sul54,71.507
Mato Grosso48,11.758
Tocantins40,7615
Rio Grande do Sul22,32.428
Rio Grande do Norte19,2635
Bahia18,22.570
Rondônia17,9283
Sergipe12,2269
Pará9,6780
Piauí9,2300
Paraíba8319
Roraima7,447
Ceará6,1534
Pernambuco5,8522
Alagoas4126
Maranhão1,8121
Brasil114,7232.990

Fonte: Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, consultados no dia 31/01/2024.

Dengue no Brasil

O crescimento da dengue em 2024 chama atenção devido aos aumentos já alarmantes nos últimos dois anos. Em 2023, o país bateu o recorde de mais mortes causadas pela doença. Foram 1.094 óbitos confirmados, o que superou o ano anterior, 2022, que contabilizou 1.053 vidas perdidas, número acima de mil pela primeira vez na série histórica.

Em relação aos casos, os dados do Ministério da Saúde mostram que foram 1.658.816 diagnósticos prováveis da infecção pelo vírus em 2023, 52.871 com evolução para hospitalização. O número é mais baixo apenas que 2015, quando o Brasil atingiu o recorde de 1.688.688 casos de dengue.

Vacinação contra a dengue

O Ministério da Saúde anunciou que 521 cidades receberão unidades da vacina contra a dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, para a campanha de 2024 na rede pública, primeira do mundo com o imunizante.

Devido ao quantitativo limitado de doses que o laboratório consegue produzir, nesse primeiro momento foram priorizados jovens de 10 a 14 anos residentes de municípios com mais de 100 mil habitantes e alta transmissão de dengue. A previsão é que a campanha comece em fevereiro.

A vacina também pode ser encontrada na rede privada por valores que vão de R$ 390 a R$ 490 a dose, segundo levantamento do GLOBO. Como o esquema envolve duas aplicações, com um intervalo de três meses entre elas, o preço final fica de R$ 780 a R$ 980.

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